segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

BOAS FESTAS E BOAS AVENTURAS!!!


"O CAMINHO DE CADA UM É FEITO PELOS PRÓPRIOS PASSOS"...SIGA A SUA ESTRADA DE LUZ!

FELIZ ANO NOVO A TODOS AMIGOS DO TREKKING!...MUITA LUZ, SAÚDE E PAZ!!!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

HISTORIADOR ABORDA EVOLUÇÃO OLIGÁRQUICA DO IPU NO SÉCULO XIX


O historiador ipuense Raimundo Alves de Araújo conseguiu titulação acadêmica de Mestre. O educador defendeu recentemente junto a Universidade Estadual do Ceará (UECE) sua tese (dissertação) com o tema: Família e o Poder - a construção do Estado no Noroeste Cearense no século XIX.

O Professor Raimundo Araújo que atualmente reside e trabalha em Sobral, fez aprofundada pesquisa sobre os principais personagens da sociedade de Ipu e região. Dentre estes muitos latifundiários com intensa atuação política no Partido Liberal ou no partido Conservador, partidos que monopolizaram a vida política brasileira no período monárquico, são citados em seu trabalho as querelas que envolveram o Padre Corrêa, o Senador Catunda e a Família Mourão.

Dentre os nuances da história oligárquica da região Noroeste do Ceará onde Padres se transformaram patriarcas de famílias ilustres e Coronéis faziam valer a lei do mais forte, Raimundo concluiu que o histórico Senador Pompeu Brasil chegou a residir em Ipu.

A sociedade ipuense aguarda a transformação da dissertação do historiador em livro.
Fonte: Blog Kléber Teixeira

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

BOAS FESTAS E BOAS AVENTURAS!!!


Foto: Blog Escalada no Ceará

O ano novo se aproxima!...Momentos de reflexão e de descanso... O que me resta agora é pegar uma mochila,chamar alguns amigos, escolher uma boa trilha e explorar a natureza por aí!!!

Um Feliz Ano Novo a todos!!!

domingo, 11 de dezembro de 2011

MONTANHISMO TAMBÉM É HISTÓRIA


Em 2012 vai fazer 100 anos que o montanhismo começou a ser praticado no Brasil, tendo como marco simbólico a conquista do Dedo de Deus, na Serra dos Órgãos (RJ). E para festejar o centenário, a Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada (CBME) e a Federação de Montanhismo do Estado Rio de Janeiro (FEMERJ) estão organizando a 1ª Semana Brasileira de Montanhismo, um grande evento que vai acontecer no Rio de Janeiro, entre 23 de abril e 1º de maio de 2012.

A cidade do Rio de Janeiro é o maior centro de montanhismo em área urbana no planeta, com mais de 1.200 vias (rotas) de escalada e centenas de trilhas para caminhada de fácil acesso, com alta qualidade. “O montanhismo brasileiro irá demonstrar sua cultura e história nesse evento inédito que irá quebrar paradigmas e mostrar a imagem de um Brasil sustentável”, explica Delson de Queiroz, Presidente da FEMERJ.
Além de reunir toda a comunidade de montanhistas e admiradores em geral, a CBME e a FEMERJ têm, por meio do evento, outros dois objetivos importantes: (1) honrar o compromisso das entidades com a ética de montanha e a proteção do meio ambiente e (2) organizar o futuro do montanhismo e da escalada no Brasil.

Por isso, a Semana vai congregar uma série de eventos:
• 2º Congresso Brasileiro de Montanhismo e Escalada.
• 2º Encontro de Parques de Montanha do Brasil.
• 1º Encontro de Pesquisas Sobre Uso e Conservação de Montanhas.
• 25ª Abertura de Temporada de Montanhismo (ATM)*.
• Campeonato Brasileiro de Escalada Esportiva.
• Cine Montanha na Praça*.
• Curso: Acesso e Conservação em Áreas de Montanhismo.
• Exposição “Cem Anos de Montanhismo no Brasil”*.
• Exposição fotográfica*.
• Palestras com atletas internacionais convidados.
• Workshops de segurança em escalada.
* eventos gratuitos e abertos ao público em geral
Os eventos irão acontecer no Bairro da Urca, importante point de escalada do Rio e do Brasil. Para mais informações, acesse o site www.semanademontanhismo.com.br

O Dedo de Deus, com seus 1.692 metros de altitude. O pico rochoso foi conquistado pela primeira vez em 9 de abril de 1912, por José Teixeira Guimarães e os irmãos Acácio, Alexandre e Raul Carneiro.

Fonte.Extremos.com

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

CAMINHAR É PRECISO!...


A Estrada
Cidade Negra

Você não sabe
O quanto eu caminhei
Pra chegar até aqui
Percorri milhas e milhas
Antes de dormir
Eu nem cochilei
Os mais belos montes
Escalei
Nas noites escuras
De frio chorei, ei , ei
Ei! Ei! Ei! Ei! Ei!...

A vida ensina
E o tempo traz o tom
Pra nascer uma canção
Com a fé do dia a dia
Encontro a solução
Encontro a solução...
Quando bate a saudade
Eu vou pro mar
Fecho os meus olhos
E sinto você chegar
Você, chegar...

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

FIDEL CASTRO E A MAÇONARIA


No livro “A Grande Partida – anos de chumbo”, capítulo intitulado “No sindicato dos pedreiros-livres”, o autor, Francisco Soriano, narra um episódio envolvendo Fidel Castro, que deixou de ser fuzilado por intervenção da maçonaria. E não por acaso jamais perseguiu a instituição no território cubano. Soriano resgata um depoimento de Fidel ao escritor Frei Betto, transcrito de “Fidel e a Religião”.

A cena ocorre depois da frustrada tentativa de tomar o Quartel de la Moncada. Fidel, escondido numa cabana ao lado de dois companheiros, é encontrado por soldados de Fulgêncio Batista, que os amarram e apontam os fuzis: “A gente já se dava como morto; eu já não imaginava a mais remota possibilidade de sobreviver (..) Por acaso, um dos dois companheiros era maçon. Tratava-se de Oscar Alcalde (…)” – contou Fidel a Frei Betto.

Para resumir, o tenente que comandava o pelotão a serviço de Fulgêncio Batista, Pedro Sarria, também era maçon. Os dois se comunicam por sinais e os prisioneiros escapam. Sarria ainda daria proteção a Fidel, entregando-o são e salvo ao arcebispo. Por esse episódio, o tenente Sarria seria expulso do Exército de Fulgêncio. Mais tarde retorna à tropa, já ao lado do Comandante Fidel. Importantes referências da esquerda nacional e internacional também foram membros da maçonaria. Salvador Allende, Simon Bolívar, San Martin, estão entre os maçons ilustres, na América Latina.

É possível afirmar que todo o movimento de independência nas Américas assim como o movimento republicano foram liderados por maçons. Na história do Brasil, a lista é longa e heterogênea. Vai de conservadores a revolucionários, políticos, cientistas, escritores, poetas e artistas. Começa com Tiradentes, o maior herói nacional. Segue com José Bonifácio, o patriarca da Independência, e D. Pedro I.

Do outro lado da cena política, continua com o combativo Frei Caneca. Passa pelo poeta Castro Alves, pelos abolicionistas José do Patrocínio, Benjamim Constant, Luiz Gama e tantos outros. Na Revolução Farropilha, de um lado estava o Duque de Caxias, de outro Bento Gonçalves e Garibaldi – todos maçons. A lista de presidentes e políticos vai desde Deodoro da Fonseca, Floriano Peixoto e seus 16 ministros, portanto, todo o estafe do primeiro governo republicado, até Nilo Peçanha, Hermes da Fonseca, Rui Barbosa, Jânio Quadros, Golbery do Couto e Silva, Mário Covas.

Na música, Pixinguinha, Braguinha. Nas artes circenses, Carequinha. A lista é infindável. Histórias e curiosidades sobre a maçonaria estão arquivados na página da Agência Petroleira de Notícias (www.apn.org.br), que reproduz, com áudio, a entrevista completa, concedida à Rádio Petroleira.

O caminho é “Multimídia”, “Programas da Rádio Petroleira”. Também participaram daquela “Mesa Redonda” o diretor do Sindipetro-RJ Francisco Soriano e outros maçons petroleiros. Confira.

Fonte: BLOG DA UNIMAB - União Maçônica Brasileira e Agência Petroleira de Notícias – APN

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

REGULAMENTADA A PROFISSÃO DE HISTORIADOR


COMISSÃO APROVA REGULAMENTAÇÃO DA PROFISSÃO DE HISTORIADOR


A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público aprovou proposta que regulamenta o exercício da profissão de historiador. De acordo com a proposta, historiador é o profissional responsável pela realização de análises, de pesquisas e de estudos relacionados à compreensão do processo histórico e pelo ensino da História nos diversos níveis da educação.
O texto aprovado é o Projeto de Lei 7321/06, do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), que tramita apensado ao PL3759/04, do ex-deputado Wilson Santos. A relatora, deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), recomendou a aprovação do projeto apensado, com emenda, e a rejeição do projeto principal. Segundo ela, os projetos regulam a matéria em termos análogos, mas o PL 7321/06 não obriga o Poder Executivo a criar conselho de fiscalização do exercício profissional, como faz o PL 3579/04 – o que é inconstitucional. “Tais conselhos são considerados autarquias especiais e só podem ser criados por meio de lei de iniciativa do Presidente da República”, explica.
O PL 7321/06 prevê, porém, a inscrição do historiador em conselho de fiscalização do exercício profissional. A emenda da relatora retira essa previsão.

Profissionais habilitados
Segundo o projeto, poderão exercer a profissão de historiador no País:
- quem tiver diploma de nível superior em História, expedido no Brasil, por instituições de educação oficiais ou reconhecidas pelo governo federal;
- os portadores de diplomas de nível superior em História, expedidos por escolas estrangeiras, reconhecidas pelas leis de seu país e que revalidarem seus diplomas de acordo com a legislação em vigor;
- os diplomados em cursos de mestrado ou de doutorado em História, devidamente reconhecidos;
- os que, na data da entrada em vigor desta lei, tenham exercido, comprovadamente, durante o período mínimo de cinco anos, a função de historiador.

Para exercerem as funções relativas ao magistério em História, os profissionais deverão comprovar formação pedagógica exigida em lei.

Atividades
A proposta também define as atividades e funções dos historiadores, entre elas:
- planejar, organizar, implantar e dirigir serviços de pesquisa histórica, de documentação e informação histórica;
- planejar o exercício da atividade do magistério, na educação básica e superior, em suas dimensões de ensino e pesquisa;
- elaborar critérios de avaliação e seleção de documentos para fins de preservação;
- elaborar pareceres, relatórios, planos, projetos, laudos e trabalhos sobre assuntos históricos;
- assessorar instituições responsáveis pela preservação do patrimônio histórico, artístico e cultural (museus, arquivos, bibliotecas).

Tramitação
A matéria segue para a análise, em caráter conclusivo, da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Íntegra da proposta:
• PL-3759/2004
• PL-7321/2006
Reportagem – Lara Haje
Edição – Regina Céli Assunção
Fonte: Câmara dos Deputados – Agência Câmara de Notícias.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

IMAGENS E IMAGINÁRIO DA REPÚBLICA


Que dizem sobre a história de um país os monumentos erguidos em praça pública? Ou as bandeiras e hinos nacionais? Ou, ainda, caricaturas e charges tiradas das páginas de um jornal? José Murilo de Carvalho mostra, com a sensibilidade característica dos bons pesquisadores, como esse material pode ser de grande utilidade para se decifrar a mitologia e a simbologia de um sistema político.

Com os olhos no final do século, o autor nos aferece um curioso passeio pelo momento de implantação do regime republicano, através de imagens. Entre texto e ilustrações, aprendemos como os mitos de origem criados para a República, seus heróis, a bandeira verde-amarela e o nosso hino traduzem com fidelidade as batalhas travadas pela construção de um rosto para a República brasileira.

Fonte: Biblioteca JB

terça-feira, 8 de novembro de 2011

TRILHA DA "LASCA DA VELHA" EM IPU


VISTA PARCIAL DA CIDADE DE IPU
Pedra do Descanso

Ladeira da "Lasca da Velha", oficialmente hoje conhecida como Ladeira de São Sebastião. Situa-se na Serra da Ibiapaba. Começa no local conhecido por "Quebradas" e se prolonga até as imediações da localidade de Riachão já nas proximidades de nossa cidade. Será uma trilha de muita significação econômica para a nossa Ipu.

Por muito tempo foi um veículo de escoamento de produtos como: óleo de mamona, coco, tapiocas, frutas em costas de animais, cebolas e alho, coentro e outros produtos similares. Era verdadeiramente bucólico o comércio feito pela nossa Ladeira chamada Lasca da Velha. O local em certos momentos se apresenta não muito íngreme, onde encontramos no seu percurso vestígios de um velho calçamento, cruzes de pessoas que por lá desapareceram e marcas dos Cavorteiros nas toscas pedras do trajeto da ladeira.

Era comum nas noites de sexta para sábado ou mesmo pela madrugada vermos os transeuntes comerciante descendo a ladeira com uma lamparina ou bibiana para fazer a iluminação do seu trajeto, não muito desconhecido era quando das festas religiosas na nossa Ipu, logo após as novenas as pessoas que vinham assistir os ritos sagrados da Igreja voltava com as suas luminárias na cabeça, assentido pelos ipuense que ficavam em suas calçadas vendo a écloga procissão de luzes rumo a nossa Serra. Uma panorâmica se descortina numa pedra grande que vamos denominá-la de Pedra do Descanso onde a visão é de uma bela raridade quando ao longe vislumbramos a nossa cidade. Vem oportunamente esta Trilha resgatar as nossas memórias e raízes não tão distantes, mas teen um enriquecimento Cultural e Turístico dos mais expressivos dignos de quem a conhece. A sua extensão é aproximadamente de 01 km.

(Dados: Professor Francisco Melo)
Fonte: Aconteceu- IPU. Blog de Afrânio Soares e semaiipu.blogspot.com

domingo, 30 de outubro de 2011

MEMÓRIAS DA GUERRILHA


Guerrilheiro e pesquisadora lançam blogue sobre o Araguaia


O médico e ex-guerrilheiro João Carlos Campos Wisnesky e a jornalista e pesquisadora da Guerrilha do Araguaia, Myrian Luiz Alves, criaram o blog Araguaia – história em movimento para narrar o conflito na região e seus desdobramentos, como o vaivém processual do fato, a política de reparação financeira aos familiares de guerrilheiros “desaparecidos” e os bastidores da cobrança por identificações abandonadas em prédios públicos de Brasília.


O objetivo do blog, ao contar a última das resistências armadas ao regime militar dos anos 1970, e a
única ocorrida em área rural, é fazer a ponte com parte dos movimentos sociais da atualidade,
sem vitimização.

Fonte: Araguaia - História em movimento http://araguaiahistoriaemovimento.blogspot.com/

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

BUDISMO E MAÇONARIA


Todas as grandes religiões do mundo se originaram na Ásia e três delas – JUDAÍSMO, CRISTIANISMO E ISLAMISMO – em uma área relativamente pequena na Ásia Ocidental.

Igualmente notável é a concentração de grandes líderes espirituais em diferentes partes do mundo no século VI, a. C., ou em um período próximo. Foi a época de CONFUNCIO e talvez de LAO-TSE, na China; de ZOROASTRO, na Pérsia; de SIDDHARTA GAUTAMA, o Buda, na Índia; do maior dos profetas Hebreus, chamado o SEGUNDO ISAÍAS (40-55), e de PITÁGORAS, na Grécia. É possível que o aparecimento de civilizações que se diziam universais dessa origem a religiões universais, ou então as novas religiões eram uma reação às tensões nas sociedades existentes e à necessidade de uma saída espiritual e uma fé que transcendesse um politeísmo supersticioso.

De qualquer forma, o movimento em direção a uma única realidade espiritual coincidiu com a procura dos pensadores Gregos de um único princípio que explicasse o mundo material. O Hinduísmo é a mais antiga das religiões mundiais, embora, segundo definição mais precisa, não se trata de uma religião do mundo, mas sim uma religião do povo da Índia. Ainda em relação aos indianos, o Budismo surgiu como uma reação dentro do Hinduísmo e é uma das grandes religiões missionárias.

Temos aprendido e ensinado que Maçonaria, por meio dos tempos, soube usufruir o que de melhor e sublime havia nas diferentes civilizações, nas várias escolas filosóficas e na cabeça dos maiores pensadores e cientistas dos quatro cantos da terra.

Nossa arquitetura, lendas, código moral, etc. qual aço indelével foi forjado em priscas eras da humanidade. Persas, Hebreus, Egípcios, Gregos, Sumerianos e mais recentemente ingleses e franceses deixaram símbolos, e, consequentemente a imortalidade em uma Loja Maçônica.

O objetivo deste artigo é traçar um paralelo entre um indiano ilustre SIDDHARTA GAUTAMA e a Maçonaria, já que até hoje pouco, pesquisou e pouco se conhece dessas incríveis coincidências, entre um e outro.

SIDDHARTA GAUTAMA, o BUDA e JESUS, o CRISTO, são personagens de vários pensamentos coincidentes e historicamente semelhantes em vários pontos: ambos não deixaram nada escrito, ambos começaram a pregar ao redor dos 30 anos de idade, e ambos somente chegaram até nós por meio dos escritos de seus discípulos mais íntimos, e após dezenas de anos de suas mortes!

SIDDHARTA nasceu no ano 567 a. C, em Kapilavastu, no sopé do Himalaia, (hoje, Nepal e fronteira com a China), filho rico do rei Suddhodana e da rainha Maya.

Os monges Brâmanes profetizaram para ele uma vida asceta, pobre, miserável e de Salvador do Mundo. Sabedor dessas profecias, seu pai o manteve sempre confinado no interior dos palácios, a fim de poupá-lo de ver como era realmente o seu país, cheio de miseráveis, escravos, doentes, etc. Siddharta teve os olhos vendados por seu pai até a idade de 30 anos quando já casado e com um filho, os deuses acharam que Siddharta deveria sair e empreender a missão para a qual se preparara durante tantos nascimentos e reencarnações anteriores.

Semelhante ao profano que se inicia, ele faz algumas viagens para além dos muros palacianos: na primeira vê um velho enrugado, se apoiando numa bengala, e ao indagar de que se tratava, seu protetor explicou ser a velhice, a vida que se esvai inexorável com o tempo; na segunda, depara-se com um doente, gemente, simbolizando a dor; na terceira viagem encontra um cadáver já em decomposição, simbolizando a morte; na última viagem encontra um monge, maltrapilho, mendigo… no entanto percebe naquele homem um olhar de serenidade, apesar de todas as adversidades por que passava, e é nessa Serenidade do mendigo que Siddharta percebe que existe uma saída que conduz à libertação de todo o sofrimento humano.

A partir daí, organiza a sua peregrinação pelo mundo deixando família, riquezas materiais e prazeres mundanos, embrenha-se na floresta, já sem as roupas principescas e sem cavalo.

No início, seguindo os passos de monges Brâmanes, foi asceta fanático, faquir, esmoler, e chegou a comer apenas um grão de feijão por dia, mas percebendo a inutilidade dessa seita e o seu fanatismo improdutivo, volta-se à meditação profunda. Aos 35 anos, após dias de meditação sob a figueira (árvore da sabedoria), recebe o dom da iluminação, e desse momento em diante passará a ser chamado BUDA (O desperto, O iluminado).

Na Maçonaria, a influência hindu se refere à necessidade de meditação do companheiro em diante e nos CHAKRAS, ligados a algumas cerimônias solenes e alguns sinais de reconhecimento em Loja.

Ainda uma curiosidade sobre BUDA se refere à árvore da sabedoria, ou o Bodhi (em hindu): debaixo dessa árvore, também como Jesus nas oliveiras, Buda foi tentado pelo Demônio MARA, com visões de prazer sensual. Segundo o Budismo, o homem que vencer suas fraquezas, que arrancar de si todos os desejos ilusórios da vida, esse homem não mais reencarna-se-á.

Embora não desafiasse a rígida estrutura de castas da sociedade indiana, ele insistia em completa igualdade dentro de seu grupo de monges.
Aos 80 anos, cumprida a sua missão na terra, Buda preparou-se para o fim de sua vida e para entrar no estado que era o objetivo supremo de todos os seus adeptos – O Nirvana era a libertação completa de todos os desejos e significava que o crente nunca teria que nascer de novo no mundo.

O Budismo passou além das fronteiras da Índia, chegando ao sudoeste da Ásia, Tibet, Mongólia, China, à Coreia e ao Japão para se tornar uma das grandes religiões do mundo e a fé mais popular no Oriente. Na sua terra de origem, porém, morreu quase por completo, sendo absorvido, gradativamente pelo HINDUÍSMO…, mas aí já é outra história.

COMPARAÇÕES: A MAÇONARIA é uma instituição que tem por objetivo tornar feliz a humanidade, pelo amor, tolerância, pela igualdade, pelo respeito à autoridade e à crença de cada um. Ela é universal, sem preocupações de fronteiras e de raças.

BUDA – Minha doutrina é semelhante ao Oceano e ambos vão se tornando cada vez mais profundos… Assim como os rios que ao alcançarem o MAR perdem o seu nome, fazendo parte todos do GRANDE OCEANO, assim também os homens de toda casta, entrando para a comunidade, tornam-se todos IRMÃOS e passam a ser contados como FILHOS DE BUDA.

O Oceano é o reservatório de todos os cursos d’água e da chuva das nuvens e, no entanto, não transborda, nem seca nunca. Assim a minha doutrina é compreendida por milhões de pessoas e, no entanto, não aumenta nem diminui.
Minha doutrina é pura e não faz distinção alguma entre o Nobre e o Vulgar, o Rico e o Pobre.

MAÇONARIA – Quando o Primeiro Vigilante dá a explicação para a primeira viagem, diz “criando em vós mesmos um outro ser, pela espiritualização e elevação de vossos sentimentos, tereis, então, retirado a venda material que prende vossa alma, e não mais precisareis de guia em vosso caminho”.

BUDA – No Budismo, é o Homem que traça a rota do seu próprio caminho. Nele está a salvação ao alcance de todos, pois depende somente do esforço de cada um. Assim o Homem se torna o seu próprio Mestre, sem inspirações divinas ou poderes sobrenaturais.Por meio do refúgio interior e do Autodesenvolvimento é possível se libertar da Escravidão, da Ignorância, e chegar à Verdade.

MAÇONARIA – A Pedra Bruta representa a inteligência, o sentimento do Homem no estado primitivo, áspero é despolido, e que nesse estado se conserva até que…

BUDA – Eu sou o resultado dos meus próprios atos, herdeiro dos atos, os atos são a matriz que me trouxe, é o meu parentesco, os atos recaem sobre mim, qualquer ato que eu realize, bom ou mal, eu dele herdarei.

MAÇONARIA – Vencer minhas paixões, submeter minha vontade.

BUDA – Abandonar os cinco sentidos ao sabor dos seus caprichos é como deixar um cavalo indômito sem rédeas. Tal cavalo as pessoas derruba e arrasta dentro do buraco. A mente é senhora dos cinco sentidos, mas é mais perigosa que uma cobra venenosa, uma fera ou um salteador, por isso deveis disciplinar vossa mente.

MAÇONARIA – A Maçonaria, embora não seja uma religião, tem, contudo, uma crença; a existência de um princípio Criador, ao qual denomina GADU.

BUDA – Mais fundo que o inferno, mais alto que o céu, além das mais longínquas estrelas, mas além da morada de Brahma, há um poder estável e divino, existente antes do princípio e que não terá fim, eterno como o tempo, seguro como a certeza, que impede para o bem e é súdito de suas próprias Leis.

MAÇONARIA – A Câmara de Reflexões leva o neófito ao mundo da introspecção. Mais tarde, pelo V.’.M.’., fica sabendo: “Os símbolos que ali existem vos levaram, certamente, a refletir a respeito da instabilidade da vida, lição trivial sempre ensinada, e sempre desprezada”.

BUDA – Eliminai as trevas da ignorância com a luz da sabedoria. O mundo é algo perigoso e incerto, sem nada de estável.

MAÇONARIA – O Pavimento Mosaico, com seus quadrados brancos e pretos, nos mostra que apesar da diversidade, do antagonismo de todas as coisas da natureza, em tudo reside a mais perfeita “Harmonia”.

BUDA – Os astros rodam e não perguntam. O Sol evapora o Mar e restitui perdidas ondas em forma de aveludadas nuvens, que gotejarão montanhas abaixo, para refluir de novo, sem paz, nem trégua. (Até mesmo sobre a divindade, BUDA achava dualismo, ao dizer nada a repugna, nada a detém, tudo ama, enche os seios maternos de doce leite, bem como de mortífero veneno os dentes da serpente).

MAÇONARIA – A Pedra Polida ou cúbica representa o saber do Homem no fim da vida, quando aplicou esse saber em atos de piedade e virtude.

BUDA – Assim também como aquele homem que fez o Bem passa para o outro mundo, os méritos que conquistou na vida dão-lhe as boas vindas, como parentes dão as boas vindas a um ser amado que volta.

MAÇONARIA – Ao explicar ao V.’.M.’. porque foi recebido de olhos vendados na Maçonaria, e sem metais, o 1º Vigilante refere-se à abdicação das vaidades profanas e à necessidade imprescindível de instrução (SABEDORIA), que é o alicerce da Moral Humana.

BUDA – Sabedoria é um navio seguro para a travessia do oceano da velhice, da doença e da morte. É uma luz no meio das trevas, é um elixir que cura todas as doenças, é um machado que corta as árvores da paixão, por isso, deveis vos esforçar para a obtenção do desenvolvimento da “SABEDORIA.”

MAÇONARIA – Por que encontrastes facilidades na vossa 3ª viagem? Indaga o V.’.M.’. ao 1º Vig.’.
E esse lhe diz: Porque ela nos mostra o estado de paz e de tranquilidade resultante da ordem e da moderação das paixões do Homem que atinge a idade da maturidade e da reflexão.

BUDA – Antigamente meu pensamento vadio errava, daqui e dali, onde o chamavam o amor, o desejo ou o prazer. Hoje eu o domino completamente como o cornaca domina o elefante selvagem.

MAÇONARIA – A tolerância, um dos deveres do maçom, sustenta que cada um tem o direito de escolher e seguir a sua religião.

BUDA – Um homem que sustenta a verdade deve simplesmente dizer: essa é a minha crença, mas por causa disso não se deve tirar a conclusão absoluta e dizer: só há essa verdade, qualquer outra é falsa.

MAÇONARIA – Os três passos formados por cada um e a cada junção dos pés um ângulo reto significa que a retidão é necessária para quem deseja vencer na ciência e na virtude.

BUDA – Qual é o caminho da salvação? É a Retidão, é a Meditação, é a Sabedoria. Penetrada pela retidão, a meditação se torna fecunda, penetrada pela meditação, a sabedoria se torna fecunda. Penetrada pela sabedoria, a alma se liberta totalmente do apego qualquer, apego aos desejos, apego ao erro e à ignorância.

MAÇONARIA – Os maçons, após receberem as instruções dos graus a que forem merecedores, devem se guiar com os seus próprios passos, procurando aquela instrução que não lhes foi dada pelos rituais, procurando aperfeiçoamento maçônico nos livros especializados etc., daí sim, poderão concluir e interpretarem com mais segurança a simbologia maçônica, deverão ser seus próprios mestres.

BUDA – Também pregava a necessidade de sabedoria, e a faculdade que os homens alcançam com ela de nortearem seus próprios destinos. “Sede vós mesmos, vossa própria bandeira e vosso próprio refúgio, não vos confieis a nenhum refúgio exterior a vós. Apegai-vos fortemente à verdade. Que ela seja vossa Bandeira e vosso Refúgio”.
Os que já foram elevados poderão recorrer ao ritual de Companheiro e ver que não há diferença nos ensinamentos, daí e os de BUDA, referentes à busca da verdade, pela meditação.

As semelhanças entre as máximas Maçônicas e Budistas vão se aprofundando, como aprofundando vão os graus, além do de aprendiz.

MAÇONARIA – Pergunta o V.’.M.’. ao 2º Vig.’.: Por que combatemos o fanatismo? E esse responde “Porque a exaltação religiosa perverte a razão e conduz os incensatos a praticarem ações condenáveis, em nome e honra de DEUS.”

BUDA – (Explicando como chegou à perfeição). Fiz bem em abandonar os exercícios ascéticos (fanáticos que ficam dias em jejum e martirizando os seus corpos). Foi uma felicidade eu ter abandonado aqueles exercícios inúteis. Foi uma felicidade eu ter perseverado no Pensamento Correto, até chegar à iluminação. Como o remo de um barco que agarra na terra firme, o ascetismo (fanatismo), não traz o menor proveito.

MAÇONARIA – Para o maçom, a sabedoria é primordial, mas a prática da caridade e beneficência de modo sigiloso é um dos importantes postulados a serem seguidos.

BUDA – Saber de cor todos os livros sagrados brâmanes não conduz à verdade. O conhecimento útil e a verdadeira ciência só podem ser adquiridos pela prática.

Por Milo Bazaga
Fonte: Revista Universo Maçônico

sábado, 22 de outubro de 2011

Caminhos e Trilhas na Ibiapaba


Trilha da nascente do riacho Ipuçaba localizado por sobre a Serra da Ibiapaba no sítio São Paulo em Ipu na manhã do dia 15 de outubro de 2011. Na fotografia tirada pelo amigo prof. de Educação Física Sílvio Coelho vemos então a casinha da senhora Isalene, uma simples moradora que nos acompanhou durante a trilha da nascente.

A NATUREZA BÚDICA DO MUNDO


"...Foi a partir da influência búdica do mundo que a natureza começou a ser vista numa forma mais profunda na relação com o homem, embora os chineses já tivessem uma valorização sobre ela. O Budismo conseguiu fornecer a eles uma forma importante de lidar com o meio ambiente. A partir daí foi revolucionado o conceito de natureza búdica, com a percepção de que objetos, coisas sem sentimentos, como a rocha, a árvore, a flor, a montanha, a neve, a água, tudo possuía natureza búdica. Essa ramificação se estendeu além da religião, permeou também pela literatura e pela arte. A partir do Budismo chinês fortificou-se também a visão de que a natureza é curadora."

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O POETA DANIEL DE TIANGUÁ


Olá amigos do Blog. Hoje apresento a vocês mais um de meus amigos que também assim como eu é um praticante de Trekking e trilhas na Ibiapaba.Um dos integrantes de honra do grupo "Calangos de Ipu." Trata-se do professor e poeta Daniel de Tianguá. Uma pessoa simples, porém de um vasto conhecimento da História de nosso povo. Nas horas vagas gosta de dedilhar algumas músicas em seu violão no famoso "BARDEGA", um local bastante conhecido em Tianguá pelos admiradores da boa música e da boa cachaça. Confira então uma de suas poesias postada em seu Blog: Narrativas. Até mais pessoal!!!

COTIDIANO

Se perder de não fazer nada
em um amontoado de coisas pra fazer
pois não há sentido em representar,
sentir-se de pouca serventia

Deixar o computador
e ir alimentar pardais
regar as plantas

voltar para o teatro da sobrevivência
e entre papeis e reuniões
com atores que já sabemos seu texto
garanto água e alimento
para os pássaros e plantas.

Daniel de Tianguá-Ce (Historiador e poeta)

terça-feira, 4 de outubro de 2011

...DO CAMINHO QUE CAMINHO!..


Não te apresses, pois chegarás.
Deste mesmo chão
muitos já percorreram e aprenderam
que o caminho da vida
é um longo caminho
cheio de surpresas
como alegrias e tristezas.

Por isso não te apresses
mas continue caminhando.
Olhos atentos, uma certa paz em volta
caminhando entre as veredas do pensamento
quando o cansaço chegar
uma pausa para pensar
chão duro, sol e chuva
é a vida do peregrino.
Essa pedra que seguro
do Caminho que caminho
para o meu destino sem parar.

O sol batendo no rosto…fecho os olhos
por um instante é difícil acreditar
que o tempo não espera
mas, dentre os passos que estão por vir
muitas surpresas trarão
como um velho baú achado
procures, e um tesouro terás encontrado.
O passo curto , um gole d'água
uma cidade à vista
alguns passos e estarei lá
ali cheguei, mas não fiquei
com fé e gana
ponho-me a andar.

Porque não ficar? Porque ir
por essa terra sem fim
é como voar neste céu
seguindo uma estrela
reluzindo meu caminho
por essa veredas iluminadas
sei que vou no caminho certo.
Aconchege-te a ti mesmo
o melhor lugar para estar.
Não estas só, pois
a Natureza te acompanha.

Um longo suspiro de admiração
monumentos da criação
Criador, aqui estou
perante teu momento
com meus olhos
abro meu coração
com meus pés
mil passos de compaixão.
Canto e caminho
caminhando eu oro
na passada, uma certa amargura
com orgulho sou um peregrino.

Poeta Sérgio França.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O ARCO RELIGIOSO DE IPUEIRAS


Foto: Petrus Trekking (Aula de Campo em Ipueiras)

No ano de 1953 Ipueiras, cidade do interior cearense localizada próxima a Ipu recebeu a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima. Em decorrência dos supostos milagres que ocorreram, foi permitida uma permanência maior da imagem na cidade, fato que levou a permissão da construção do arco um ano depois.

Antes disso a visita da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima teria passado primeiramente na cidade de Sobral, vindo então por iniciativa de Dom José construir em 1953 um grande e bonito Arco do Triunfo naquela cidade, projetado por Falb Rangel, o Arco de Nossa Senhora de Fátima em Sobral foi executado por Francisco Frutuoso do Vale.

Somente cidades que tiveram na época o privilégio de uma maior duração da visita construíram arcos. O primeiro arco de Ipueiras foi de madeira e menor que o atual, caiu numa tempestade. Chamaram então o mesmo arquiteto que fez o Cristo de Ipueiras, Pedro Frutuoso, e este terminou sua obra em 1954.

Fontes: ipueiras@grupos.com.br e http//www.sobral.ce.gov.br/)

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Brasil!... Brasil!...Será alienação?


O TIME DO BRASIL CHEGOU...

E todo mundo se assanhava, chegou a maior atração, o time mágico do Brasil, a imprensa do mundo inteiro focava seus holofotes na nossa seleção. Tempo bom aquele, naquele tempo a seleção só era tri, e hoje com cinco estrelas no peito, a vitoriosa, a que ganhou mais títulos mundiais, continua bela, empolgante. O time do Brasil entrou em campo! È um momento de grande entusiasmo, arrepia mesmo...

No ano de 2014, a seleção que hipnotiza vai jogar em casa, a nação brasileira vai sediar o maior evento esportivo do mundo. É sem dúvida uma excelente oportunidade para o poder público investir em melhorias de nossa infra estrutura. A iniciativa privada com certeza participará deste mega investimento de olho no mega retorno financeiro.

Os corruptos, principalmente os políticos e empreiteiros pegarão carona neste gordo investimento fazendo com que a máquina da corrupção funione através de todo tipo de malandragem e desonestidade. Apesar deste lamentável fato consumado, mesmo com toda a ladroagem infiltrada na copa, o Brasil sairá ganhando.

Nossos aeroportos serão ampliados, nossa rede hoteleira amplificada, o transporte e vias públicas sofrerão melhorias e até a segurança pública também será melhorada. Infelizmente nada será resolvido definitivamente, apenas medidas paliativas, porém, diante da atual conjuntura política somos forçados a admitir o velho jargão: - “Melhor do que nada.”

Temos que admitir que não é do dia para a noite que se muda toda uma cultura de corrupção absorvida ao longo de séculos por um povo. O canteiro de obras da copa será polvilhado por participações de corruptos nojentos e cruéis.

O certo é que a copa vem chegando, esqueçamos os dissabores, o povo com certeza já está pensando e até contando com aquele nosso futebol, descompromissado, o jogo de bola moleque, a bola enfiada entre as pernas, o banho e cuia,a ginga, o balanço do atacante que deixa o zagueiro deitado no chão. Quiças este futebol reapareça fazendo vibrar de felicidade toda uma nação,, nem que seja por um mês ou mesmo uma única partida.

O nordeste participando com quatro capitais sede de jogos é uma excelente oportunidade para apresentar-se ao mundo, exibindo toda a sua beleza, fazendo dobrar as visitas de turistas estrangeiros em anos vindouros.

E a copa do mundo vem aí, muito criticada pela imprensa do sul e sudeste, talvez incomodada com a presença do nordeste que roubará a cena. E por falar em copa do mundo realizada no Brasil, surge sempre aquela lembrança de 1950 quando perdemos para o Uruguai em pleno Maracanã. A copa do mundo está chegando, tomara que seja nossa... E se ela escapar? No mínimo deixará como legado uma série de melhorias para nosso povo, e o Brasil exibirá toda sua beleza para o mundo através de seu povo e suas manifestações.

Que venha a copa do mundo com seus atacantes velozes e zagueiros carrancudos, com seus estádios impecáveis e uma nação de torcedores gritando: - Brasil! Brasil! Brasil!... Será alienação? Acho que não, alienação é sair de casa em dia de eleição e votar nos nossos eternos e novos políticos ladrões...

Anastácio Pedro de Melo Lima ( Escritor,pesquisador do “Cangaço”, poeta e integrante de honra do grupo de Trekking - Calangos: Trilhas e Camping de Ipu)

sábado, 3 de setembro de 2011

I EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA DE AVES DE IPU


Acontecerá em Ipu, nos dias 9 e 10 de setembro, a I Exposição Fotográfica de AVES DE IPU, no Instituto Kairós. A exposição faz parte do projeto do ambientalista, Francisco Lira, em parceria com o Instituto Kairós.

De acordo com o idealizador do Exposição foi encaminhado ao Superintendente do CONPAM (Conselho de Gestão do Meio Ambiente do Ceará), Dr. Paulo Lustosa Filho, a solicitação da realização do curso de Multiplicadores em Educação Ambiental que será aplicado à todos os professores, coordenadores e funcionários da Instituição de ensino parceira do projeto.

A exposição de fotos, outra parte do projeto será a confecção de um álbum de figurinhas de todos os elementos da fauna e flora de Ipu, bem como o jogo da memória e quebra-cabeça. Este material didático será direcionado aos alunos do 3º ano até ao 9º ano, servindo como material de apoio aos mesmos, favorecendo assim, a educação ambiental. Estes materiais serão utilizados no ano que vem (2012). Outro ponto alto do projeto será a I Olimpíada Ecológica 2012, bem como, também, a adoção da comunidade mais próxima da escola fazendo com que a mesma reflita e apoie o que se pretende aplicar e alcançar.

Este projeto será considerado como PILOTO, para que assim, através de suas atividades desenvolvidas possam sensibilizar à todos os seus munícipes.

Uma das propostas do projeto, por não haver recursos próprios, realizaremos mutirões (alunos e comunidade), rifas, bingos e parcerias com empresas.

Francisco Lira disse ainda que foi feito um contato com o Programa Globo Rural (Rede Globo) que é levado ao ar, todos os domingos, na sessão Agenda do Mês, para que a Exposição esteja estampada, tanto no site como no programa do próximo domingo (dia 04 de setembro). "Faço votos de sermos atendidos nesta solicitação. Vamos aguardar!!" ressalta o ambientalista "Queremos contar com toda a sociedade, que se junte à nós, para que possamos aplicar os conceitos da Educação Ambiental aos nossos futuros filhos e netos. Para que os mesmos tenham um mundo melhor. Desde já agradeço aos que acreditaram na nossa proposta. Obrigado!!!" completa, Francisco Lira, ambientalista.

Fonte: Blog IPU NOTÍCIAS

Maiores Informações.
petinhalira@hotmail.com ou (88)9924-2421

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

PERFIL POÉTICO


Mais uma vez tenho a honra de publicar a poesia social de meu ex-aluno e amigo Alberto Aragão. Um ipuense batalhador, politizado e defensor ferrenho de sua própria origem étnica.Hoje o mesmo reside na cidade "maravilha mutante" do Rio de Janeiro.

PERFIL POÉTICO

Meu pensamento é poético
Às vezes frenético
Às vezes quieto
Liberto como um pássaro
Porém muito castigado
Penso e como penso
Dei alforria ao pensamento
Poesia que me irradia
Sol que aquece o meu dia
Munição do meu canhão
Ar do meu pulmão
Zumbi do meu quilombo
Esperança entre os escombros
Carreguei as pedras
Desfis as regras
Criei conceitos
Sobrevivi aos guetos
Ao racismo e ao preconceito
Meu sobrenome é guerreiro
Meu grau de periculosidade na verdade
Não está na arma em minhas mãos
Com certeza
Está no calibre da minha caneta
Que assim seja!

autor: Alberto Aragão
email do autor:alberto@hotmail.com

sexta-feira, 29 de julho de 2011

TRILHA DO "ENCANTADO"!..


Foto: Petrus Trekking

TRILHA E COMPANHEIRISMO NA “CACHOEIRA DO ENCANTADO”

Saudações andarilhas amigos do Blog!...Hoje iremos registrar aqui uma das mais interessantes trilhas que já participei. Refiro-me a Trilha da “Cachoeira do Encantado”. Um local exuberante e cheio de aventuras!...Realmente um “lugar encantado,” com muitas histórias e memórias!!!

O local fica mais ou menos a doze quilômetros da cidade de Ipu conhecido como localidade do “Donato,” nas mediações próximas a cidade de Pires Ferreira, no interior cearense.

A nossa aventura foi uma sugestão de meus próprios alunos do curso de História daquela cidade. Pois bem, depois de iniciar o primeiro encontro com a turma na disciplina “História do Brasil I”, comentávamos sobre as lendas e mitos que cada cidade cearense produz ao longo da história como uma produção social e narrativa.
Resolvemos então saber quais as lendas e mitos existentes na cidade e um dos alunos comentou sobre uma gruta que segundo os antigos existia uma boa quantidade de ouro, só que muitos temiam explorá-la por saber da suposta existência de uma “enorme serpente dos olhos de fogo” que guardava o tesouro.


Reza a lenda que no século XVII um holandês foi o primeiro a descobrir o ouro nas proximidades da gruta e que por muita insistência consegue descobrir o segredo de como se apossar do tesouro sem que a enorme serpente o percebesse. O segredo estava em aproveitar as horas que a enorme serpente fechasse os olhos. Pois bem, ao retirar o ouro foi obrigado a enterrar em local seguro. Mas onde seria? Segundo a lenda o suposto holandês escolheu enterrar o ouro na frente de uma Igrejinha em Ipu. Algum tempo depois retorna para tentar retirar o resto do ouro, sendo,no entanto devorado pela enorme serpente.

Ao passo que um dos alunos contava a sua versão da lenda mais ansiedade me dava em saber sobre essa grande cachoeira. Queria eu visitá-la, fazer uma caminhada obviamente..Quando de repente um dos alunos levanta e diz: “Por que não vamos fazer uma aula de campo por lá”, conhecer o local? Imediatamente amadurecemos a idéia e fomos discutir e planejar a trilha. Primeiro reparti a turma de em grupo de seis e começamos a deliberar algumas funções como arranjar pessoas para estudar o local, conhecer a geografia.Segundo, preparar o material, dar algumas dicas de trilhas e caminhadas...

Graças a um dos alunos, ex-integrante de um grupo de escoteiros da cidade foi possível averiguar o local e assim no dia do segundo Encontro da disciplina (domingo,26 de junho) fomos então rumo a nossa trilha.

Colocamos as mochilas, distribuimos alguns “apitos” para os grupos de seis e fomos então... De início o percurso parecia tranqüilo, com um terreno não muito íngreme. No entanto, ao passar por entre uma cancela que dava acesso a um sitio da família “Vitorino”, a coisa começou a complicar, principalmente para alguns alunos pouco acostumados a fazer trilhas e caminhadas em mata fechada.

Ainda bem que um dos mais experientes, o ex-escoteiro “Narcélio” ( pessoa humilde mas bastante conhecedora de algumas técnicas de caminhadas no mato...)levava uma foice, (um dos instrumento agrícolas ainda muito usado pelo homem sertanejo) . Bem, apesar da dificuldade da caminhada, (pois estava eu muito preocupado com alguns alunos) encontramos pequenas e maravilhosas cachoeiras, uma vegetação linda,pouco explorada...um encanto de lugar realmente...Mas ainda não era a grande e maravilhosa cachoeira que eu esperava conhecer...

Caminhos, tombos e quedas...é hora de descansar no meio da trilha!... Vamos comer algumas bananas e barras de cereais...Muito ali trocavam seus alimentos um com o outro...Logo depois seguimos a trilha e finalmente chegamos ao local: MARAVILHA DE LUGAR!!!!! Gritou um dos alunos impressionados com a grande cachoeira. Valeu a pena o esforço, assim comentei com todos ao observar aquele imenso talhado ao meu redor. Uma tranquildade inigualável...longe da civilização!!!!

Por uns instantes ficamos todos em círculo descansando, batendo um papo sobre um pouco das versões e lendas da gruta do Donato, comentando sobre os tombos e dificuldades do percurso da trilha. Daí então fomos todos nos deliciar nas águas da cachoeira do Encantado. Incrivelmente fantástico aquele lugar pouco explorado de matas e pedras enormes...

Até para mim , que já sou um pouco acostumado com trilhas e aventuras estava admirado com o trajeto que fez quase eu mesmo colocar “os bofe para fora” !!! Algo que muito de meus alunos brincavam comentando: “É a idade professor...”!!!(kkkkkk...)

Fiquei então pensando como naqueles tempos do período colonial o homem europeu trilhava caminhos inóspitos, cheio de perigos a todo o momento, sem “nenhuma segurança” (apesar das armas de fogo) e conforto, dentro de matas fechadas e trilhas misteriosas, correndo o risco de serem devorados pelos índios e animais ferozes, tudo em nome do metal precioso?

Seria então o nosso colonizador europeu movido não somente pelas riquezas mas também pelo o ímpeto de aventura em descobrir o novo, o exuberante simplesmente?

Sem dúvida desde nossos primeiros exploradores o prazer de caminhar em lugares desconhecidos que exigisse cuidado e atenção a todo o momento não era para todos, como hoje ainda constitui uma realidade... No entanto, existem aqueles mais destemidos e que parecem sentir a necessidade de buscar nas raízes de seus antepassados mais intrépidos e aventureiros o gosto de pisar no chão, sentir a própria vida interagir com a natureza.

Pois bem, caminhar, trilhar, exige determinação, companheirismo e acima de tudo gostar de sentir a natureza como parte integrante de todos nós. Foi assim que eu senti ao perceber aquela turma de jovens, esforçados e admirados com a beleza de seu próprio lugar pouco explorado.

E o melhor, todos comentaram o quanto aquela trilha fez muito deles de aproximarem cada vez mais, apesar de todos estudarem na mesma sala. Isso foi muito gratificante para mim e percebi que aquele lugar mágico, “encantado” deixou uma lição muito bonita de companheirismo e amizade.

Em outra oportunidade escreverei em detalhes essa que foi uma de minhas mais impressionantes trilhas já feitas pela região da Ibiapaba!

sexta-feira, 22 de julho de 2011

O CÍRCULO OPERÁRIO DE IPU


Foto: Dos Arquivos do Prof. Francisco Melo

Pe. Cauby e o Círculo Operário de Ipu

O papel do Assistente Eclesiástico na formação da cultura operária cearense ainda é pouco analisado na historiografia atual, se limitando apenas através de estudos direcionados a religiosidade popular interiorana.Dessa forma, em algumas produções historiográficas há uma certa “folclorização” da imagem do “homem religioso”, sem levar em evidencia maior o aspecto disciplinador e estratégico do sindicalismo católico nos espaços do trabalho. Em meu artigo apresentado no III Simpósio da cidade de Ipu que tem como título: Sermões, Bandeiras e Enxadas: Religiosos e Trabalhadores da Formação do Círculo Operário de Ipu(1932-1964) questiono a importância social de um dos padres bastante conhecido no meio católico circulista nos anos de 1940 em Ipu. Refiro-me pois ao Padre Cauby Jardim Pontes. Figura enérgica no combate as práticas consideradas nocivas e ameaçadoras da ordem católica circulista.

Quem foi Padre Cauby?

Filho legítimo de Antônio de Sousa Pontes (para outros Adrião de Sousa Pontes) e de Benedita Jardim Pontes, neto paterno de Francisco Crispiniano Pontes e de fuma Augusta Pontes, neto materno de Francisco Marinho e de Luísa Marinho Jardim. Nascido na Paróquia de São Benedito, CE, a 01 de novembro de 1913; solenemente batizado pelo Vigário Monsenhor Custódio de Almeida Sampaio, na igreja Matriz de São Benedito, a 14 de dezembro do mesmo.ano; confirmado a 16 de setembro de 1918.

Em minhas pesquisas realizadas encontrei indícios de sua destacada formação religiosa antes de integrar e coordenar o circulismo católico de Ipu. Vejamos então : “Recebeu a Primeira Tonsura Clerical das mãos do Exmo. e Revmo. Dom José Tupinambá da Frota, Bispo Diocesano na Capela do Seminário Diocesano a 19 de junho de 1938. Recebeu as Ordens Menores do Ostiariado e Leitorado das mãos do Exmo. e Revmo. Senhor Dom Manuel da Silva Gomes :l 20 de abril de 1939...”

“ ...Recebeu as Ordens Menores do Exorcistado e Acolitado das mãos do Exmo. e Revmo. Senhor Dom Manuel da Silva Gomes a 03 de dezembro de 1939. Recebeu o Subdiaconato com o título de servitii Ecclesiae das mãos do Exmo. e Revmo. Senhor Dom Manuel da Silva Gomes na Capela do Seminário de Fortaleza no dia 01 de dezembro de 1940. Recebeu o Diaconato das mãos do Exmo. e Revmo. Senhor Dom Manuel da Silva Gomes na Capela do Seminário de Fortaleza a 29 de março de 1941. Recebeu o Presbiterado das mãos do Exmo. e Revmo. Senhor Dom José Tupinambá da Frota, Bispo Diocesano na igreja de Sobral, digo na Matriz de São Benedito a 23 de novembro de 1941...”

“...Cantou a Primeira Missa em São Benedito, a 25 de novembro de 1941. Vigário Cooperador de Ipú, a 07 de janeiro de 1942. Posse, 11 de janeiro. Vigário Cooperador de Acaraú-CE. Depois em 1945 ou 1946, encontrei-o trabalhando em Sobra\. Não foi feliz na sua vida sacerdotal, se secularizando.”( Fonte: Totó Rio/ Blog da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Acaraú/ Ungidos do Senhor na Evagelização do Ceará. Padre Aureliano Silveira)

O primeiro círculo operário cearense, o Círculo de Operários e Trabalhadores Católicos, surge em 1915 em Fortaleza. No entanto, é no interior que a atuação dos circulismo católico começa a fazer parte da vida cotidiana do trabalhador rural, disciplinando os costumes e afastando o ímpeto das revoltas sindicalistas e comunistas no campo. Isso devido os reflexos da velha “luta de classes” que assombrava a “elite” social católica já na segunda metade dos anos de 1920. Basta dizer que em 1927 é fundado o PCB ( Partido Comunista) de Camocim. E isso já era o bastante para que a atuação do circulismo católico assumisse a dianteira nas paróquias dos pequenos municípios interioranos.

Em Ipu os documentos apontam para o surgimento do Círculo Operário Católico no ano de 1932. Bom que se diga, essa sua primeira fase de atuação não está vinculado com a figura do Pe. Cauby Jardins Pontes, visto que o mesmo é citado pelo então Padre Monsenhor Gonçalo de OLiveira Lima como sendo o “restaurador” do Círculo Operário no ano de 1944. O seu surgimento coincide com uma situação bastante calamitosa, a seca de 1932, período em que muitos trabalhadores e flagelados foram obrigados a integrar o Campo de Concentração de Ipu.

Ao que parece, com a seca de 1932 o Círculo Operário de Ipu fica de certa forma fragilizado, vindo então ganhar maior destaque com a chegada de Padre Cauby no começo dos anos de 1940, que tem como tarefa principal rearticular o Círculo Operário Católico diante de uma nova conjuntura histórica de influência do “sindicalismo vermelho” no meio rural interiorano.

Por fim, o Círculo Operário de Ipu surge e ao mesmo tempo resurge diante de uma realidade social conturbadora ao longo de sua existência. Passa por estágios de adaptação e fragmentação no decorrer dos anos.No entanto, assume uma postura ou um projeto de sociedade baseado na recristianização dos costumes e na manutenção da ordem social.

Petronio Lima ( Professor e Pesquisador)
Email: petroniolima2@yahoo.com.br

terça-feira, 19 de julho de 2011

A MONTANHA E O HORIZONTE


Trilha da Pedra do Buracão. Foto: André Dibi

"...Na montanha, você sente como se estivesse vivendo na eternidade, enquanto que lá em baixo eles vivem no tempo. Você vê o mundo na perspectiva exata, com cordilheiras após cordilheiras a ser conquistadas e um mundo além da visão e do horizonte do homem comum. Vê picos distantes a serem escalados, vales distantes ainda por atravessar. Vê coisas que os homens nos vales jamais conseguirão ver nem compreender.

No vale, as pessoas ficam tão envolvidas com a multidão, com as coisas ilusórias e com o materialismo, que não conseguem ver nada além do tempo e das criaturas e coisas temporárias, que em breve passarão. Se você, porém, elevar a sua cabeça acima dessa multidão, se tornará uma montanha no meio deles e, por isso, ficarão ressentidos, resistirão e lutarão contra você, pois não conseguem nem querem compreendê-lo.

Eles nem querem saber que existem montanhas! Não querem que os outros ouçam falar em montanhas, ou que recebam uma lufada de ar fresco desse pico cristalino! Querem manter todos presos lá embaixo no vale, na lama e no lodaçal. Não querem que ninguém saiba que existe outro lugar aonde ir além do vale. É por isso que farão tudo ao seu alcance para desencorajá-lo a escalar a montanha..."

Fonte: Homens da Montanha (David Brandt Berg)

segunda-feira, 18 de julho de 2011

JORNAL IPU GRANDE E IPU NOTÍCIAS


O site Ipu Notícias irá formar uma parceria com o Jornal Impresso "Ipu Grande" que pertence ao Grupo "Outra História", entidade ipuense formada por historiadores locais.

O Jornal Ipu Grande, fundado em setembro de 2006, atualmente se mantém como um veículo de comunicação, voltado para a divulgação da cultura local e da nossa história. Mantido por historiadores de formação tem por principal objetivo levar a população local a refletir sobre sua cultura, história e sociedade.

O “Jornal” Ipu grande é periódico mensal que já conta com um número significante de assinantes e anunciantes e passará a ter em publicações, mais notícias locais, por meio de uma parceria firmada com o site de notícias “Ipu Notícias”.

Em breve divulgaremos aqui, como os leitores e internautas do” Ipu Notícias” poderão ter acesso ao Jornal, as formas de fazer uma assinatura e os meios de anúncios e publicidades do "Jornal" Ipu Grande, que agora terá uma parceria com o site “Ipu Notícias”.

FONTE: ipunoticias.net

sábado, 16 de julho de 2011

ALBERTO E SUA POESIA SOCIAL


O cearense é um eterno andarilho que “carrega sua casa na própria corcunda.” Em outras palavras é um nômade das coisas do mundo, que compartilha sonhos e desejos como qualquer outro ser humano. Muitas vezes injustiçado pelo o olhar dos que se dizem pertencer a uma só nação...

Busca sobreviver em sua dignidade que lhe peculiar...Refiro-me a um desses raros filhos da terra de Iracema que por coincidência foi um de meus melhores alunos no ensino médio da saudosa escola Monsenhor Gonçalo de O. Lima, o jovem e poeta Alberto Aragão, hoje residente da cidade do Rio de Janeiro. Um garoto que sonha em vencer na vida como escritor e poeta, tanto que vive a recitar suas poesias de crítica social no centro da "cidade maravilhosa."Autor de várias poesias publicadas no jornal IPU GRANDE, órgão de divulgação do grupo de historiadores (Outra História) da cidade de Ipu.

Aproveito então para postar aqui uma de suas poesias mais recente em homenagem aos professores brasileiros.

PROFISSÃO PROFESSOR

Mestre com o giz na mão
E o livro em ação
Capinando os caminhos do conhecimento
Fique sabendo
Seu salário não é compatível
Com a sua competência amigo
É você quem trabalha o futuro da nação
A criança e a educação
Com 19,1% de analfabetos no nordeste
Sua missão é mais grandiosa ainda
Tem que ser nobre nas palavras que incita
O estudo, o conteúdo
O pensar e o questionar
Ser professor é uma luz na escuridão
Pro aluno um motivo de inspiração
De motivação
De continuação
Com os estudos
Pra um futuro
Bem melhor
Ao contrário
Da pistola e do pó
Professor palmas pra você!
Que da aula do anoitecer
Ao amanhecer.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

III SIMPÓSIO: FOI UM SUCESSO!!!


Foto: Prof. Petrônio Lima (Petrus Trekking). Vemos então o professor e pesquisador Denis Mello apresentando o historiador Durval Muniz.

No dia 09 de julho, o III Simpósio de Ipu encerrou sua última apresentação do ano com a marcante presença do historiador e presidente da ANPUH (Associação Nacional de História) professor Dr. Durval Muniz de Albuquerque Júnior. Durante os quatro dias de realização do evento, a espetacular presença de vários especialistas e doutores na área da História, Sociologia e Filosofia apresentaram suas análises e interpretações sobre o tema ” Pensar o pensar cearense numa visão Ibiapabana”.

A movimentação do III Simpósio na escola Profissional Antonio Tarcísio Aragão foi intensa durante toda a primeira semana de férias com a realização de mine-cursos e até trilhas e caminhadas realizadas na cidade. Algo novo, que envolve a prática da caminhada urbana e rural associado ao patrimônio histórico,que segundo a organização do evento fará parte do roteiro cultural no próximo Simpósio de 2012.

Pois bem, o evento superou as expectativas da comissão organizadora que contou esse ano com mais de 600 pessoas tendo a frente o jovem e idealizador Marcos Sampaio (formado em Administração de Empresas e um ávido apreciador da História e Filosofia) que não mediu esforços para que o III Simpósio fosse um sucesso total. Sem falar no grande número de universitários de cidades como Sobral, Tianguá, Viçosa, Santa Quitéria, Ipueiras, Pires Ferreira e demais professores da rede estadual e municipal de Ipu.

Também marcou presença o grupo “Outra História” da cidade de Ipu ( Raimundo Alves, Reginaldo , Vitorino, Petrônio, Iramar) apresentando seus trabalhos e fazendo refletir as questões que envolve o incentivo a produção da História local. Os mesmos aproveitaram a semana do III Simpósio e se reuniram na intenção de discutir sobre o tão esperado lançamento de um livro (já para o próximo evento )contendo artigos de suas pesquisas locais.

Entre um papo e outro com um de meus ex-alunos do curso de História da cidade de Pires Ferreira, notei a sua alegria e surpresa com a magnitude do evento: “Nunca havia participado de um evento assim aqui no interior com tantas palestras de especialistas e doutores na área de História, Sociologia e Filosofia. Pensei que isso só era possível de acontecer nas grandes cidades como Sobral e Fortaleza...”

A fala destacada acima de um dos muitos jovens que participaram do III Simpósio de Ipu resumo totalmente a boa aceitação do evento. Isso prova que o Simpósio de Ipu vem a cada ano ganhando um espaço bastante significativo no calendário cultural do interior cearense.

Por fim, a presença dos estudantes de Ipu e cidades vizinhas no III Simpósio mostra que a juventude Ibiapabana, quando estimulada também se integra nos movimentos culturais e alternativos. Basta apenas que movimentos como este sejam postos em prática.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

III SIMPÓSIO - PROGRAMAÇÃO


III SIMPÓSIO DE IPU

Dia 05 de julho: Das 09: 00 h às 18: 00 h - Credenciamento
MESA DE ABERTURA
18:00h- ATELIÊ TEMATICO – CINE SESC
19:00 h – A FORMAÇÃO DO PENSAMENTO CEARENSE
Ø Prof. Dr. em Sociologia Gilmar de Carvalho (UECE)
Ø Prof. Dra. em Sociologia Anna Christina Farias de Carvalho (URCA)
Mediador: Prof. MS.c. em Filosofia Giovane Paulino de Oliveira
APRESENTAÇÃO CULTURAL: Evandro Sousa

Dia: 06 de julho
08h:30min – MESA- REDONDA:
PERSPECTIVAS E MOBILIZAÇÕES PARA A UNIVERSIDADE FEDERAL DA IBIAPABA COMO FERRAMENTA DE GESTAR UM PENSAR SUSTENTÁVEL
Ø Prof. (a). Dr.(a). em Educação Adriana Capanni (UVA)
Ø Prof. Dr. em Educação Edvar Costa Rodrigues (UVA)
Ø Presidente do CONDERI Glauber Augusto Lira Sousa (IDT)
Ø Representante da Assembléia Legislativa do Ceará Dep. Sergio Aguiar
Ø Representante dos Universitários da Ibiapaba
Mediador: Prof. MS.c. em Sociologia Pedro Fernandes de Queiroz (UVA)
Intervalo para almoço: Das 12:00h às 14:00 h
18:00h- ATELIÊ TEMATICO – CINE SESC
19:00 h - Palestra: AS IDENTIDADES DOS SERTÕES, DAS SERRAS E DOS BREJOS NA FORMAÇÃO DO NORDESTE BRASILEIRO
Ø Prof. Dr. em História Durval Muniz de Albuquerque Júnior (UFRN/ Presidente da ANPUH).
APRESENTAÇÃO CULTURAL: MUNDAREÚ SONORO
Mediador: Prof. Dr. Dennis Melo (UVA)

Dia 07 Julho
08: 30min – OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSA COMO VEÍCULOS DE FORMAÇÃO DO PENSAMENTO CEARENSE E IBIAPABANO;
Ø Prof. Dr. em Sociologia Oswald Barroso (UECE)
Ø Prof. Dr. em Filosofia Antônio Glaudenir Brasil Maia (UVA)
Ø Representante da Cadeia de rádios e televisão da Ibiapaba
Mediador: Prof. MS.c. em História Iramar Miranda Barros (INTA)
Intervalo para almoço: Das 12:00h às 14:00h
19:00 h- MESA-REDONDA
A PRESENÇA DOS JESUÍTAS COMO AFIRMAÇÃO IDENTITÁRIA DE UM TERRITÓRIO
Ø Prof. Dr. em História Agenor Junior (UVA)
Ø Prof. MS.c em Antropologia Patrick Walsh (INTA)
Ø Prof. MS.c. em Sociologia Pedro Fernandes de Queiroz (UVA)
Mediador: Prof. MS.c. em Historia Alênio Carlos Noronha (UVA)
APRESENTAÇÃO CULTURAL:: Zeca Gonçalves

DIA 08 Julho - MESA-REDONDA
08:30min – NEGROS E ÍNDIOS NO SERTÃO E NAS SERRAS CEARENSES.
Ø Prof. MS.c em História Raimundo Rodrigues de Souza (UVA)
Ø Prof. MS.c em História Adauto Neto Fonseca Duque (INTA/UVA)
Mediador: Evandro Sousa
Intervalo para almoço: Das 12:00h às 14:00 h
14:30 mim Mesa-Redonda
NEGROS E ÍNDIOS NO SERTÃO E NAS SERRAS CEARENSES
Ø Prof. MS.c em História Raimundo Rodrigues de Souza (UVA)
Ø Prof. MS.c em História Adauto Neto Fonseca Duque (INTA/UVA)
Professor para falar de índios
Mediador: Evandro Sousa
18:00h- ATELIÊ TEMATICO – CINE SESC
19:00h – Mesa-Redonda
PERSONALIDADES IBIAPABANAS PARA O MUNDO: CLÓVIS BEVILÁQUA, FARIAS BRITO E GERARDO MELO MOURÃO
Ø Prof. Dr. em Direito José Luís Lira (UVA)
Ø Prof. MS.c em Filosofia Giovane Paulino de Oliveira
Ø Especialista em Direito Rafael Lopes do Amaral
Mediador: Prof. Dr. em História Agenor Junior (UVA)
00: 00h – Café Filosófico em Pauta: Avaliação do Simpósio

DIA 09 Julho
08:30 mim Mesa-Redonda
RESTAURAÇÃO, LÓGICA DO PENSAR, MEMÓRIAS E HISTÓRIA DAS RESISTÊNCIAS, EXPLOSÃO E DESENVOLVIMENTO DAS E CIDADES CEARENSES
Ø José-Marcel Becke ( Tecnólogo em restauração pelo Centro Europeu de Restauração Castello Raesfeld – Alemanha)
Ø Prof. Dr. em História Antonio Vitorino Farias Filho (INTA)
Ø Prof. MS.c. Paulo Emílio Frota Aguiar (UECE)
Ø Prof. MS.c. em Filosofia Erminio (UVA)
Intervalo para almoço: Das 12:00h às 14:00 h
14h:00mim MESA–REDONDA
TRABALHO, ASSOCIAÇÃO, PROGRESSO E TRANSFORMAÇÃO DO TRABALHO
Prof. MS.c. em História Raimundo Alves de Araujo (UECE)
Prof. Esp. em História Francisco Petrônio Lima (UVA)
Prof. MS.c. Antonio Iramar Miranda Barros (INTA)
Mediador: Prof. Dr. em História Antonio Vitorino Farias Filho (INTA)
18:00h- ATELIÊ TEMATICO – CINE SESC
19:00 h - Palestra: 19:00h – Mesa-Redonda
IDENTIDADES, TERRITÓRIOS E PETENCIMENTOS NO MUNDO DE FRONTEIRAS LIQUIDAS
Ø Prof. Dr. em História Francisco José Pinheiro (Sec. de Cultura do Estado do Ceará)
Ø Prof. Dra em Sociologia Lúcia Helena Grangeiro Fonseca (UECE)
Ø Prof. MS.c. em História Reginaldo Alves de Araújo (UFC)
Mediador: Prof. MS.c. em História Raimundo Alves de Araujo (UECE)

:30min - FESTEJOS - SHOW;
Dia 08, às 14:00h - OFICIANA DE TRABALHO
ECONOMIA CRIATIVA E EVENTOS CULTURAIS DA IBIAPABA
Ministrante: CONSERTAR COLONDO OS NOMES FAZER AMANHÃ (NO DIA 02 DE JUNHO)
Fernando Eupídio (Organizador do Mel Chorinho e Cachaça)
FEPAI- Silvo (Analista do SEBRAE Tianguá)
Festival da Floração do Maracujá – Paulo, Ávila “MAIS COMUNICAÇÃO”
Mini-cursos: Dias 06 e 07 - Horário: 14:00h às 16:00h (COLOCAR OS NOMES DOS MINI-CURSOS )
(1) Prof. Dr. em Historia Dennis Melo (UFPE/UVA)
(2) Educação para o patrimônio - Prof. M.sc. em Historia Social Alênio Carlos Noronha ( UNB/UVA)
(3) Filosofia - Prof. MS.c. em Filosofia Giovane Paulino de Oliveira (UECE/UVA)
(4) Cultura - Prof. Esp. Francisco Petrônio P. Lima (UVA) - Prof. MS.c. em História Reginaldo Alves de Araújo (UFC)
(5) Prof. MS.c. Antonio Iramar Miranda Barros (INTA) - Prof. Dr. em História Antonio Vitorino Farias Filho (INTA)
(6) História das Mulheres no Brasil Colonial: Algumas discussões para a pesquisa e escrita de história - Prof. (a). MS.c. (a). Maria Rakel Amâncio Galdino
OFICINAS:
(1) “Pensar o Pensar cearense através da contação história”, BARRO E TRANSFORMAÇÃO DE UMA CULTURA
Gervânia Sampaio Cavalcante, Maria Jaqueline Gomes de Paula e Dona Branca (Mestra da Cultura Popular do Ceará)
(2) PENSAR O PENSAR JORNALÍSTICO EM UMA VISÃO GERAL
Francisco de Sousa Furtado
COMUNICAÇÕES ORAIS REFERENTE A TEMÁTICA DO SIMPÓSIO
ATELIÊ TEMÁTICO: Influência familiar na educação: Estudar por quê? Alan John Aguiar Cunha, Aline Mendes Lopes, Paulo Roberto Sales Neto.
ANALISE DO PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS FAMÍLIAS DA REGIÃO ACARAÚ – Francisco de Assis da Silveira.
O PENSAR DA LITERATURA NO CEARÁ: DOS OITEIROS À PADARIA ESPIRITURAL – Valdemar Ferreira de Carvalho Neto Terceiro
OBSERVAÇÃO DE ALGUMAS PRÁTICAS E RELAÇÕES - Prof. Esp. em História Ridlav Augusto Ferreira de Abreu

E-MAIL PARA INSCRIÇÕES: simposiodeipu@yahoo.com.br
(88)99695184

domingo, 5 de junho de 2011

TREKKING?...O QUE É ISSO?...


Origem da palavra Trekking

A palavra trekking tem sua origem na língua africâner. Ela passou a ser amplamente empregada no início do século XIX, pelos vortrekkers, os primeiros trabalhadores holandeses que colonizaram a África do Sul.
A palavra foi absorvida pela lingua inglesa e passou a designar as longas e dificeis caminhadas realizadas pelos exploradores em direção ao interior do continente, em busca de novos conhecimento, como a nascente do rio nilo e as neves do monte Kilimanjaro.

Em seguida, chegaram os aventureiros em busca de fortes emoções, normalmente encontradas em regiões distantes e de difícil acesso, só atingidas após longas caminhadas em terrenos acidentados.Atualmente, utiliza-se a palavra em português, significando caminhadas em trilhas naturais em busca de lugares interessantes para se conhecer, possibilitando um maior contato com a natureza e culturas .
Fonte: BLOG TREKKING: CAMINHOS E TRILHAS

terça-feira, 31 de maio de 2011

QUE CAMINHO DEVEMOS SEGUIR?


Na estrada o homem caminhava, cabeça baixa e face tristonha. Percebi que suas roupas além de formais eram sujas e rasgadas, os sapatos que tinham ar de caros estavam cheios de lama. Seus passos eram sem nenhum tipo de importância, dos seus pés saiam calma, nenhuma pressa.
A estrada era seca, uma paisagem vazia, tudo que eu via era terra e o sol que aos poucos sumia no horizonte. Como silêncio do lugar consegui escutar a respiração daquele homem, assim como seus passos sua respiração era muito calma.
Então vi o homem parar, logo percebi o porque.
Na sua frente havia agora duas trilhas uma a sua esquerda e outra a sua direita. Ele levantou os olhos apenas, olhou a sua esquerda e examinou um lugar negro cheio de tristeza e medo depois sua direita um lugar colorido, lindo e cheio de vida.
Sem emoção colocou a mão no bolso de onde tirou um papel, desdobrou e examinou sem importância. Ali naquele pedaço de papel amassado tinha o caminho que ele deveria tomar, o caminho a sua esquerda.
Vi um pouco de espanto no seu rosto após ver o que ali tinha escrito. Ele riu, amassou o papel jogou de lado. Apesar de confuso seu passo era leve, ele caminhava em direção a direita,fizera sua escolha, completamente diferente do recomendado.
Claro quem trocaria um lindo lugar pelo negro, o nada?
Ele jamais chegou ao fim de sua caminhada. Naquela estrada encontrou tormento, dor e vida. Vida que fez a dele correr riscos e assim ele se foi.
Realmente ele não sabia que na estrada vazia e negra o caminho era triste e feio mais ali nenhum mau haveria, e no fim a saída.
Que escolha devemos tomar??? Aquela que a nós é recomendada...ou aquela que nos agrada???
Você esta fazendo a escolha certa???

Fonte: Reflexão de um autor desconhecido.

sábado, 14 de maio de 2011

Pe. CAUBY: O "SOLDADO" DE CRISTO


Fotografia do acervo de Francisco Mello (Prof. Mello)

(Resumo de um dos trabalhos de pesquisa de minha autoria sobre o circulismo católico.)

Pe.Cauby Jardim Pontes,coadjutor nos anos de 1940 do Monsenhor Gonçalo de Oliveira Lima. Natural da cidade de São Benedito, Pe Cauby era um sacerdote de punho firme e enérgico, conhecido por sua postura conservadora no combate ao comunismo ateu. Restaurador do Círculo Operário Católico de Ipu e um ativo incentivador da Cruzada Eucarística. Em um de meus registros de pesquisa do livro de tombo da Igreja de Ipu Monsenhor Gonçalo de Oliveira Lima nos diz:

"Pe. Cauby Pontes, que trabalhou comigo de 1942 a 1947, o qual, além de muitos outros benefícios, restaurou o Círculo de Operários, incentivou o catecismo e (ilegível) a cidade de uma amplificadora que, adquerido por subscrição popular,é propriedade parochial."(1)

Como bem afirma nos escritos deixados por Monsenhor Gonçalo Lima no livro de Tombo da Igreja, Padre Cauby surge com a missão de “restaurar o Círculo Operário Católico”, vinculado ao corporativismo fascista e integralista do operariado cristão, além de contar com as diversas associações pias como a Congregação dos Moços Marianos e a Liga Feminina da Ação Católica.Entidades representativas e vigilantes no meio católico cearense.

Em entrevista realizada com a senhora Maria da Conceição Viana encontramos algo referente a memória de Padre Cauby. Em suas palavras é possível perceber algumas características relacionada a um homem de educação rígida e militar, praticante de educação física e que gostava de “raspar o rabo do seu cavalo” para sair desfilando pelas ruas da cidade.

...Ele era um rapaz muito alto, muito forte, musculoso, sabe?.. bonito, novo, sabe...Ele chegou aqui no Ipu para ajudar o Monsenhor Gonçalo Lima que estava velhinho, cansado...Ele tinha um cavalão alto, bonito e ele raspava (risos) o rabo do cavalo e deixava uma vassourinha na ponta [...] Ele fazia missa cinco horas da manhã e a Igreja ficava completamente cheia de gente e cantava todas as músicas. Tinha uma voz linda, forte sabe? Ele era um espírito avançado. Era, era (pausa) como se diz, tinha liderança....(2)


A figura do Assistente Eclesiástico constituía um dos importantes fatores de mobilização e propaganda ideológica do circulismo. De fato , agia como um dos mecanismos de controle social da Igreja, tendo um papel decisivo e doutrinário na vida cotidiana do “operariado” cristão. É o que diz Damião Duque de Farias em seu trabalho, “Em defesa da ordem” ao destacar o papel do Assistente Eclesiástico como figura de ação ofensiva no meio católico circulista.

[...] Na verdade, o Assistente Eclesiástico é o primeiro dirigente de qualquer das esferas do movimento circulista. Em última instância era ele quem definia a ação católica entre o operariado, o Estado e o patronato. Por isso mesmo era que seus nomes se sobressaíam entre os demais em todos os documentos e articulações realizadas...(3)

(1) Livro de Tombo da Igreja de Ipu. Ano de 1947.
(2)Entrevista concedida pela senhora Maria da Conceição Viana em 09/12/07. Ipu-Ce.
(3)Sobre a presença do Assistente Eclesiástico no circulismo ver FARIAS, Damião Duque de. Em defesa da Ordem. Aspecto da Práxis Conservadora católica no meio Operário em São Paulo (1930-1945)p.193

sábado, 7 de maio de 2011

IPU: RELIGIOSOS E "COMUNISTAS"


Foto: Petronio Lima (Petrus Trenkking). Fotografia do jornal Correio da Semana do ano de 1947.

Resolvi postar nesse Blog um pequeno resumo sobre o meu trabalho de especialização em Teoria e Metodologia de História publicado na Revista Homem, Espaço e Tempo no mês de março de 2009. Nesse artigo o renomado Historiador cearense de Camocim Dr.Carlos Algusto Pereira do Santos faz relevantes citações referente ao meu trabalho de pesquisa sobre a representação do sujeito "comunista" nos espaços do trabalho em Ipu. Lembrado que o mesmo foi meu orientador durante toda a pesquisa e que ainda continua sempre solícito quando estou precisando de seus direcioamentos historiográficos. Para quem quiser conferir o artigo na íntegra está disponível em PDF. Basta colocar o mesmo título do artigo abaixo no Google e boa leitura.

“ENTREGO MEU PEITO À BALA, MAS NÃO ENTREGO O IPU AO MADUREIRA”. COMUNISTAS E RELIGIOSOS NOS ESPAÇOS DO TRABALHO EM IPU-CE. (1935-1946).1
Francisco Petrônio Peres Lima 2
Carlos Augusto Pereira dos Santos 3

RESUMO:
Dentre as ações da chamada Ação Católica no Ceará, a criação dos Círculos Operários
talvez foi a mais eficaz e duradoura das entidades e associações pias no combate ao
comunismo. Neste sentido, o presente artigo tenta compreender a atuação de religiosos e
comerciantes na fundação deste tipo de associação na cidade de Ipu-CE, não somente
com o objetivo de combater o “perigo vermelho”, mas, a tentativa de controlar e
disciplinar os trabalhadores.

PALAVRAS-CHAVES: Círculo Operário. Catolicismo. Controle Social. Comunismo.

ABSTRACT:

Among the actions of the so-called Catholic Action in Ceará, the establishment of the
Rings Operários perhaps was the most effective and durable sink of entities and
associations in the fight against communism. Accordingly, this article tries to
understand the role of religious and traders in the foundation of this type of association
in the city of Ipu - Ceará, not only with the objective of combating the "red danger", but
the attempt to control and discipline the workers.
KEY WORDS: Workers Circle. Catholicism. Social Control. Communism.

1
Artigo apresentado no I Seminário Memória, Identidade e Cidade. Ipu-CE. 16 a 20 de fevereiro de
2009. A frase aspeada é atribuída à Padre Cauby, coadjutor da paróquia de Ipu na época, recuperada em
depoimento oral da Sra. Antonia Alves Soares, 78 anos, aposentada, entrevistada por Francisco Petrônio
Peres Lima em 10/12/2007.
2
Professor de História da Rede Municipal e Estadual de Ensino de Ipu-CE.
3
Professor de História da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA. Sobral-CE.

sábado, 16 de abril de 2011

A POESIA DE FERREIRA GULLAR


O homem está na cidade
como uma coisa está na outra
e a cidade está no homem
que está em outra cidade

mas variados são os modos
como uma coisa
está em outra:
o homem, por exemplo, não está na cidade
como uma árvore está
em qualquer outra
nem como uma árvore
está em qualquer uma de suas folhas
(mesmo rolando longe dela)
como uma árvore está num livro
quando um vento ali a folheia

a cidade está no homem
mas não da mesma maneira
que um pássaro está numa árvore
não da mesma maneira que um pássaro
(a imagem dele)
está/va na água
e nem da mesma maneira
que o susto do pássaro
está no pássaro que eu escrevo

a cidade está no homem
quase como a árvore voa
no pássaro que a deixa

cada coisa está em outra
de sua própria maneira
e de maneira distinta
de como está em si mesma

a cidade não está no homem
do mesmo modo que em suas
quitandas praças e ruas

Buenos Aires
Maio/outubro 1975

(Trecho final do livro Poema Sujo, que o poeta Ferreira Gullar escreveu no exílio, em Buenos Aires, já sem passaporte, com a ditadura militar argentina assassinando a oposição. Gullar escreve esse poema como se estivesse dando seu último depoimento vivo. O Instituto Moreira Salles lançou no mês passado um vídeo com o poeta lendo todo esse seu longo e belo texto.)

Fonte: Blog do Prof. Carlos Augusto de Camocim

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A INQUIETAÇÃO DO ANDARILHO


Nada me prende, a nada me ligo, a nada pertenço.
Todas as sensações me tomam e nenhuma fica.
Sou mais variado que uma multidão de acaso,
Sou mais diverso que o universo espontâneo
Todas as épocas me pertencem em um momento,
Todas as almas um momento tiveram seu lugar em mim.

Fernando Pessoa (Passagem das Horas, 2002, p. 247)

segunda-feira, 4 de abril de 2011

CUIDADO AO DAR UMA DE "TARZAN" POR AÍ!..


Um grupo de alunos formado por 60 crianças e um professor de uma escola particular da Capital ficaram isolados durante nove horas na floresta do Parque Nacional de Ubajara, na Serra da Ibiapaba, no último sábado (2). Eles participava de uma excursão pela região.

Segundo a polícia, os alunos e o professor entraram no parque sem comunicar à administração e ao Corpo de Bombeiros. Na volta, quando tentaram subir a serra, o grupo percebeu que o bondinho estava quebrado e tentou voltar pela trilha. Com a forte chuva, o nível do rio que corta o Parque subiu e impossibilitou a passagem.

O resgate dos alunos foi feito pelo professor, com auxílio de uma corda. O grupo só conseguiu descer a serra depois das 22 horas de sábado.

Fonte: Ipu Notícia, com informações da Jangadeiro Online e Diário do Nordeste

sábado, 2 de abril de 2011

CAMINHAR É PRECISO!..


Foto: Petrus Trekking - Caminhos do Sertão

Eu já disse quem sou ele.
Meu desnome é Andaleço.
Andando devagar eu atraso o final do dia.
Caminho por beiras de rios conchosos.
Para as crianças da estrada eu sou o Homem do Saco.
Carrego latas furadas, pregos, papéis usados.
(Ouço harpejos de mim nas latas tortas.)
Não tenho pretensões de conquistar a inglória perfeita.
Os loucos me interpretam.
A minha direção é a pessoa do vento.
Meus rumos não têm termômetro.
De tarde arborizo pássaros.
De noite os sapos me pulam.
Não tenho carne de água.
Eu pertenço de andar atualmente.
Não tive estudamento de tomos.
Só conheço as ciências que analfabetam.
Todas as coisas têm ser?
Sou um sujeito remoto.
Aromas de jacintos me infinitam.
E estes ermos me somam.

(Manoel de Barros, O Andarilho)

sábado, 26 de março de 2011

MICHEL FOUCAULT: HISTÓRIA DA LOUCURA


A nau dos loucos (Sultifera Navis, Narrenschiff), ou sobre confiar os loucos aos marinheiros:

A Sultifera Navis de Hieronimus Bosch. Quem são esses religiosos? Comporiam, também, a tripulação de loucos? Bosch se inspirou na sátiraDas Narrenschiff (1494), de Sebastian Brant, para formular este quadro. Sobre Bosch, ver também MILLER, Henry, "Big Sur and the oranges of Hieronimus Bosch".


"Esta navegação do louco é simultaneamente a divisão rigorosa e a Passagem absoluta. Num certo sentido, ela não faz mais que devolver, ao longo de uma geografia semi-real, semi-imaginária, a situaçào liminar do louco no horizonte das preocupações do homem medieval - situação simbólica e realizada ao mesmo tempo pelo privilégio que se dá ao louco de ser fechado às portas da cidade: sua exclusão deve encerrá-lo; se ele não pode nem deve ter outra prisão que o próprio limiar, seguram-no no lugar de passagem, Ele é colocado no interior do exterior, e inversamente. Postura altamente simbólica, e que permanecerá sem dúvida a sua até nossos dias, se admitirmos que aquilo que outrora foi fortaleza visível da ordem tornou-se agora castelo da nossa consciência. (...) É o Passageiro por excelência, isto é, o prisioneiro da passagem. E a terra a qual aportará não é conhecida, assim como não se sabe, quando desembarca, de que terra vem. Sua única verdade e sua única pátria são essa extensão estéril entre duas terras que não lhe podem pertencer. (...) Uma coisa pelo menos é certa: a água e a loucura estarão ligadas por muito tempo no sonho do homem europeu." (FOUCAULT, p. 12, Ed. Perspectiva 2004)

A navegação dos loucos, marcante em toda a Idade Média, só vêm à tona nas iconografias e na literatura bruscamente no século XV, pois a nau "simboliza toda uma inquietude, soerguida subitamente no horizonte da cultura européia, por volta do fim da Idade Média. A loucura e o louco tornam-se personagens maiores em sua ambiguidade: ameaça e irrisão, vertiginoso desatino do mundo e medíocre ridículo dos homens." (FOUCAULT, p. 14, Ed. Perspectiva 2004)

Somos covardes, mesquinhos e indolentes
velhos, cobiçosos e maldizentes,
Vejo apenas loucas e loucos
O fim se aproxima em verdade.
Tudo vai mal (EUSTACHE DESCHAMPS, citado por Foucault, p. 16)

"No pensamento da Idade Média, as legiões de animais, batizados definitivamente por Adão, ostentavam simbolicamente os valores da humanidade. Mas no começo da Renascença, as relações com a animalidade se invertem: a besta se liberta, escapa do mundo da fábula e da ilustração moral a fim de adquirir um fantástico que lhe é próprio. E, por uma surpreendente inversão, é o animal, agora, que vai espreitar o homem, apoderar-se dele e revelar-lhe sua própria verdade. (...) A animalidade escapou à domesticação pelos valores e pelos símbolos humanos; e se ela agora fascina o homem com sua desordem, seu furor, sua riqueza de monstruosas impossibilidades,é ela quem desvenda a raiva obscura, a loucura estéril que reside no coração dos homens." (FOUCAULT, p. 18)

A simbolização da loucura traz consigo os animais enquanto bestas perigosas e impuras: traz consigo a verdadeira desordem de um fim catastrófico do mundo, no entrecruzamento de sentidos, ou excesso de sentidos sobre as coisas. Este século XV, da passagem entre uma Idade Média e a Idade Moderna, vivencia deveras a Passagem: é o Satã quem vai ser recuperado, e quem vai espreitar os homens em sua locuura e animalidade, que os habita internamente. "Trata-se de um perigo mudo, de uma alteridade que provém "do outro mundo", mas que invade esse como que saindo das entranhas da própria terra. E o sábio, diante dessa alteridade, se inclina, fascinado por esse murmúrio que pode revelar a própria verdade do homem." (segundo um texto de Catatau)

A tragédia da loucura e o nascimento do sujeito

O século XVII, com Descartes, vê o advento da ratio (razão). Com e para a ratio, o século XVII criou diversas casas de internação, inventou o hospital para loucos e solidificou a idéia de que o louco deveria ser internado. “A não-razão do século XVI constituía uma espécie de ameaça aberta cujos perigos podiam sempre, pelo menos de direito, comprometer as relações da subjetividade e da verdade.” (FOUCAULT, p. 47). O inevitável cortejo da razão precisa da loucura como sua alteridade, como sua régua de medida. “Sob controle, a loucura mantém todas as aparências de seu império. Doravante, ela faz parte das medidas da razão e do trabalho da verdade.” (FOUCAULT, p. 43)

Para talhar este sujeito racional, será preciso todo um suporte moral, cosmológico e espacial: a subsistência, a boa conduta, a ordem geral. Mas a loucura continuará sempre à espreita, junto com outros sinônimos seus, os pobres, doentes, miseráveis; todos eles se opondo simbolicamente a esta ordem (e coerencia) esterilizada que se quer instituir. “(...) preocupação burguesa de pôr em ordem o mundo da miséria; o desejo de ajudar e a necessidade de reprimir; o dever de caridade e a vontade de punir; toda uma prática equívoca cujo sentido é necessário isolar, sentido simbolizado sem dúvida por esses leprosários, vazios desde a Renascença mas repentinamente reativados no século XVII e que foram rearmados com obscuros poderes.

O Classicismo inventou o internamento, um pouco como a Idade Média a segregação dos leprosos (...)” (p. 53). A miséria (e sinônimos vadiagem, insanidade, má conduta) se insere numa relação entre a ordem e a desordem, passando de uma experiência religiosa que santifica para uma concepção moral que a condena. Toda essa coerencia implantada sob a ótica da ordem acontece junto ao processo da Reforma Protestante, que traz consigo a cosmologia capitalista de que trabalhar é bom e faz você ir para o céu. Desse modo, cria-se uma sensibilidade que inventa um policiamento para impedir a mendicância e a ociosidade, bem como as fontes de todas as desordens. A miséria e a mendicância é assim despida de todo seu sentido místico e sagrado – este sagrado impuro – e a partir de então, este tema não será mais tão claro, posto que se enviezaram mística e moral.

Fonte: Blog Caderno de Leitura.