quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O DEDO DO CANDIDATO E O DEDO DO RELIGIOSO



O dedo do candidato aponta pros números da máquina, o dedo do religioso aponta pras reformas da diocese.

O dedo do candidato aponta pro próprio peito, pra mostrar quem fez e aconteceu. O dedo do religioso aponta pro próprio peito, quando este toma as falas nazarenas de empréstimo.

O dedo do candidato aponta para cima, mostrando o teto novo da escola, orgulhoso da obra que promove a educação. O dedo do religioso aponta pra cima, ensinando o catolicismo nessa mesma escola, disfarçado de ecumenismo, num ar profético.

O dedo do candidato conta o dinheiro que disponibilizará para as parcerias. O dedo do religioso coça só de pensar nisso.

O dedo do candidato dá um nãozinho para o religioso. O dedo do religioso dá um cotoco para o candidato.

O dedo do candidato cutuca a onça. O dedo do religioso cutuca o candidato. O candidato cutuca o religioso, o religioso cutuca a onça. E assim instaura-se uma santa putaria político-religiosa.

O candidato e o religioso trocando dedadas diárias. É dedada no olho, é dedada nas fuças, é dedada no lordo... Dizem que vai sair uma sequência de fotos no "dedada blog blogspot" ou no "charges ponto com":

O dedo do candidato em riste, apontando pro religioso, as línguas afiadas metralhando de um lado e de outro:

"Se todo político é ladrão, todo padre é pedófilo" - dirá o candidato

"Se todo padre é pedófilo, todo político é pansexual, ou seja, fode todo mundo: Crianças e velhos, pobres e miseráveis, negros e índios, árvores e rios..." - devolverá o santo homem.

Vai ter meiquim ófe andreolístico: Roubo, pedofilia, compra de votos, venda de indulgência, adulteração de votos, adulteração de castidade , prevaricação com dinheiro público, prevaricação com as escrituras sagradas, votos por cesta básicas, votos de pobreza com champanhe e caviar.

Quem é mais sujo? O religioso ou o candidato ? O porco ou o imundo?

VIVA A PUTARIA

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

DIA DO HISTORIADOR

Fonte obtida do Blog do Historiador Carlos Augusto de Camocim.Professor adjunto do curso de História da Uva. Doutor em História pela Universidade Federal de Pernambuco.

O historiador autêntico deve ter força para transformar numa verdade nova o que é conhecido de todos, e para exprimir com tanta simplicidade e profundidade, que a profundidade faça esquecer a simplicidade, e a simplicidade faça esquecer a profundidade. (NIETZSCHE, F. Considerações Intempestivas. Tradução de Lemos de Azevedo. Lisboa: Presença, 1976).

Numa iniciativa do Senador da República Cristovam Buarque, foi criado o “DIA DO HISTORIADOR”. Na verdade a data inicial seria 12 de setembro, mas, por propositura do Senador Augusto Botelho (PT-RR), a data aprovada foi alterada para 19 de agosto, para homenagear o pernambucano Joaquim Nabuco. A historiografia eleva o homenageado como um dos ícones do abolicionismo no contexto imperial, por suas obras e atuação na questão, alem de destacar sua trajetória na política, diplomacia, magistratura, jornalismo e literatura, sendo um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e, claro, eminente historiador.
Neste bojo comemorativo, a data em Sobral reveste-se de grande significância, não somente por ser berço de grandes historiadores do porte de um Cônego Sadoc, de um Padre Lira, só para estes, mas, por outra data que se aproxima: o Jubileu de Ouro do Curso de História da UVA que nasceu junto com a ideia de universidade em Sobral. Durante estes 50 anos, o Curso de História da UVA vem formando professores e pesquisadores que sem dúvida estão transformando o ensino e a pesquisa na região.
Mas, o que é ser um historiador? Recorrendo ao dito popular de que “um povo sem história é um povo sem memória”, com todas as implicações advindas dessa máxima, avalia-se a importância do historiador e seu ofício. Neste sentido, esse profissional é aquele que lida com a produção de sentidos, do registro dos fatos, das análises conjunturais, baseando-se nas fontes disponíveis de um passado longínquo ou de um tempo presente.
Desta forma, mais do que um dia para se comemorar é preciso que se atente para algumas questões que afetam a categoria como a regulamentação da profissão ora em tramitação no Congresso Nacional. Isso desemboca na atual configuração do exercício do magistério nas redes pública e privada de ensino, onde o número de professores não formados e atuando na área ainda é muito grande. Próximo de nós é urgente a efetivação de concurso público para professores do Curso de História da UVA, face às demandas ora existentes de meio século de vida. Estamos funcionando no limite!
Por outro lado, as datas; Dia do Historiador e os 50 anos do Curso de História da UVA em 2011 devem suscitar a discussão de antigos projetos para a cidade de Sobral relacionados com a profissão de historiador, como a implantação do Arquivo Público Municipal, vez por outra pedido pela insistência da pena de Lustosa da Costa no Diário do Nordeste. Tal empreendimento serviria não apenas para guardar e preservar uma documentação afeita às figuras destacadas pelo nobre jornalista como “do senador Paula de José Saboya, do padre Palhano, do Chico Monte, do padre Sabino e de tantas figuras históricas da Princesa do Norte”, mas também, a documentação burocrática ou não relativa ao cotidiano das pessoas comuns.
Parabéns a todos os militantes da história. E lembrar que o historiador é aquele que tem a missão de lembrar quando todos esquecem.
Carlos Augusto P. dos Santos
Professor do Curso de História da UVA.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010



Imagem extraída do jornal Diário do Nordeste, mostrando então o cotidiano das bodegas no interior cearense.

AQUELA VELHA BODEGA!..

Ao observar aquele magro e solitário balcão
que por sobre o mesmo se encontravam
sacos e cordas entre couros curtidos de animais...
Misturados ao forte cheiro de cachaça,
sentia por um instante um ar tranqüilo e sereno,
típico de um ambiente rústico, porém majestoso!
O velho crucifixo de palha por entre o calendário
posto ao lado do rádio de pilha de botões dourados.
Cabos e ligas de baladeiras pendurados
próximo à prateleira vazia...
Do outro lado, uma pequena gaiola
Jogada entre os litros e surrões de farinha,
bem perto à segunda porta de entrada
da velha bodega...
Era o estabelecimento de seu João Passos
Ponto de encontro das pessoas simples
Lugar preferido dos amigos e fregueses
mais conhecidos na cidade.
Referência dos viajantes e comerciantes
que por lá se encostavam...
Era lá também onde de costume, a garotada
juntava tampinhas e carteiras secas de cigarro
Tempos de minha infância em Ipu!
Apenas memórias de um lugar comum...
Uma outra cidade viva e
esquecida pelo tempo!...
Coisas que não se ver nos livros de história!...
E quando a semana findava
sertanejos e serranos dividiam o espaço
na bodega de seu João...
Era dia de feira na cidade,
e ao despertar do dia, quase ao amanhecer
ouvia-se pisadas e relinchar de cavalos e jegues
que se dirigiam ao famoso “Beco da Beinha.”
Antiga artéria colonial que
ainda hoje dar acesso a feira livre de Ipu...
Quando mal o bodegueiro abria a porta
sempre algum transeunte de voz alta e renitente falava:
Bom dia seu João!... Bom dia seu Zé...
Seu João põe aquele cafezinho de sempre
“adispôs” eu pago...Pois não seu Zé
Aqui quem manda é o freguês!...
Respondia seu João bodegueiro
ao som de Genival Lacerda
tocando em seu rádio: “Quem não
conhece Severina Xique-xique!!!”
Dia a pós dia aquela vida tranqüila
muitas vezes agitava-se com as
últimas novidades da política local,
ou então devido algum fato pitoresco
e hilariante na cidade....
E assim era a vida cotidiana de seu João,
o tempo todo por trás daquele
magro e solitário balcão, anotando os fiado,
contando e recontando a lista dos “velhacos”
que lhe devia há meses...
Mas também feliz pelo lucro garantido
de sua clientela assídua que vazia
movimentar seu pequeno comércio...
Tudo regrado com muita arte e ofício de um bom bodegueiro
que sabia como ninguém agradar seus fregueses!

Petrônio Lima
Professor de História
petroniolima2@yahoo.com.br