quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O COTIDIANO DAS BODEGAS EM IPU



Fonte: De domínio público. Foto extraída do jornal Diário do Nordeste.
Imagem ilustrativa do cotidiano das bodegas no interior cearense.

ANOTA AÍ QUE DEPOIS EU PAGO!...

OBS: SEM CORTES, NEM "CENSURAS"!!!

Quem hoje já passou de seus trinta e poucos anos e viveu sua infância no interior cearense vindo então a morar em Ipu entre os anos 70 e 80 talvez tenha freqüentado ou pelo menos ouvido falar de alguns dos memoráveis e inesquecíveis estabelecimentos comerciais conhecidos ainda hoje como as velhas “bodegas.”

Tive a imensa satisfação de conhecer algumas nos tempos em que residia no velho e saudoso quadro da Igrejinha, mais precisamente no começo dos anos 80. Costumava vez por outra comprar a pedido de meu pai ou minha mãe querosene, óleo de cozinha, cigarro, bolacha, pão doce, meia quarta de café, farinha, muitas vezes bilas, doces e outras coisas comuns da criançada da época.

Às vezes aproveitava o momento vazio de algumas bodegas e começava a pegar tampinhas de refrigerante ou então pequenas carteiras secas de cigarros jogadas próximo ao balcão ou então na beira da calçada. Era comum a juventude dos 70 e 80 em Ipu colecionar embalagens e tampinhas encontradas em bares e bodegas. Existia até troca e venda entre a meninada por determinados objetos que tinham simbolicamente um determinado valor.

Era, pois, o momento que eu mais gostava de observar atentamente aquele pequeno espaço surtido de inúmeras coisas como surrão, cordas, foices, balanças, chifres e coros de animais pendurados, bebidas, tamboretes e copos virados que vaziam exalar um cheiro forte de cachaça por sobre o balcão de cimento ou madeira. Era este o ambiente que hoje deu lugar aos bares e supermercados espalhados nas cidades mais “desenvolvidas” do interior cearense.

Quem não lembra da bodega de seu João Passos, ponto de referência para quem ia ou vinha da serra ou Ipueiras? A de seu Zé Vitorino, localizada no Quadro da Igrejinha, próximo ao famoso “Beco da Beinha”, onde hoje funciona o Bar do Ribamar. Outras situavam-se em locais onde aconteciam as famosas tertúlias do Nicanor, no Alto dos Quatorze, ou então nas mediações do bairro Reino de França, outro ponto de referencia da juventude na época que se aventuravam a “tomar uma pinga” no turbulento “Beira Rio”. São os lugares de memória que faziam parte do universo de boa parte da juventude boêmia e seresteira da segunda metade dos anos 80 em Ipu.

Se por um lado um pequeno número pertencente à juventude classe média se vaziam presentes em determinadas bodegas, no entanto era um espaço mais voltado ao homem simples da cidade como no caso dos feirantes vindo da serra e do sertão e que se encostavam principalmente nos dias de feira para tomar a velha e boa cachaça ou então um cafezinho com tapioca antes da labuta diária.

E quando não havia no momento algum tostão para pagar um trago de cachaça, um suco com “bolacha solda” (é o nooooovvoo!!!) ou coisa parecida era comum o bodegueiro ouvir de seus fregueses: ANOTA AÌ QUE DEPOIS EU PAGO!...Muitas vezes o camarada até tinha como pagar, mas mantinha a velha tradição dos fregueses “velhacos” que não escapava da língua ferina dos bodegueiros da cidade. “Ta vendo aí fulano, além de corno é velhaco...” Frases como essa era o de menos no linguajar característico dos bodegueiros de Ipu e região.

Na realidade este tipo de comercio popular, também conhecido como armazém de secos e molhados chegou ao nordeste do Brasil pelos colonizadores e imigrantes europeus. Ao que tudo indica teve uma queda considerável a partir da década de 1970, sendo, pois substituídos pelos mercadinhos e mercantis, acompanhando o rastro do desenvolvimento capitalista. Mesmo assim, em nosso meio social interiorano as bodegas não se deram por vencidas. Até hoje podemos encontrá-las em algumas localidades e distritos, nos subúrbios e favelas, becos e ruelas da cidade.

As bodegas urbanas, meio que modernizadas vieram então trazer uma outra forma de sociabilidade e subjetividade. Um outra história que raramente se encontram nos livros ou na literatura produzida sobre a cidade. Um silêncio que muitas vezes é quebrado pela tendência da “folclorização” dos tipos humanos, de algumas pessoas “exóticas” que são lembradas somente de tabela pela história oficial. Ou seja, aquele tipo de história que ridiculariza o simples “caboco” ipuense ( se é que hoje ainda podemos classificá-lo dessa forma!..) ou nordestino e que na realidade analtece o “ser civilizado” como os mais destacados nobres empreendedores e seus estabelecimentos “chiques”, pois os despossuídos, trabalhadores, bêbados, prostitutas, “depravadores da moral e bons costumes” não podem aparecer como pessoas civilizadas e produtoras de histórias.

Não é de admirar, pois há indícios escritos e orais em Ipu de algumas “bodegas indesejáveis” que vez por outra sempre eram tachadas pelas senhoras da elite e muitas vezes pela Igreja como um lugar de pessoas incrédulas e obviamente eram vistas como a “escória da sociedade”. Portanto, um discurso predominante nos períodos áureos (1950/60) destes pequenos estabelecimentos interioranos e que não deixava de ser citados nos sermões dos padres, nas calçadas e missas realizadas em épocas das festas do santo padroeiro São Sebastião, por causa da proliferação do vício do álcool e até da prostituição desmesurada das mulheres de “vida fácil” que gostavam de freqüentar determinados estabelecimentos encontrados na periferia da cidade. Certamente não se tratava de ambientes geralmente freqüentados para este tipo de prática “profana”, mas que muitas vezes era confudido como tal.

Em algumas de minhas entrevistas orais realizadas com ex-bodegueiros e filhos de pequenos comerciantes pude observar em suas falas que nem todos os antigos bodegueiros toleravam as “profissionais do sexo,” visto que para a maioria dos pequenos comerciantes tradicionais, elas não representavam um bom exemplo e eram logo postas para fora, causando as vezes conflitos entre seus parceiros mais exaltados.

Considerado por muitos poetas e memorialistas um ambiente que denotava certa tranqüilidade, onde a vida parecia parar no tempo, lá também se desenrolavam conflitos vários, como já comentamos anteriormente e que muitas vezes virava até caso de polícia. Basta então destacar a história do negro Lourenço, um velho cantador de viola que chegou em Ipu na segunda metade do século XIX. O cara audacioso que gostava de tomar umas e outras em pequenos estabelecimentos na cidade e que sempre era conduzido à delegacia por desacatar a “rica e nobre” família dos Porfírio nos versos da “Lenda da Cobra do Sítio São Paulo.”

Voltando as minhas histórias e memórias dos tempos de infância costumava eu colecionar as figurinhas “Ploc Monster”, ou papeis de chicletes encontrados fora e dentro das bodegas. Ainda hoje tenho guardado um caderninho cheio dessas figurinhas da época.Ficava fascinado com a quantidade de bolinhas (bilas) postas em pequenos quadrados de madeiras e a grande quantidade de chumbos de espingardas e baladeiras em algumas bodegas localizadas dentro do mercado público.

Influenciado pelas histórias de onças que ouvia nas calçadas em noite de luar, sonhava ser um grande caçador, assim como o “Fantasma,” o meu herói preferido de historinhas em quadrinhos que enfrentava tigres e leões na selva africana. Mas na realidade, tinha apenas que me contentar em matar somente “calangos e lagartixas” (hehehehe!!!) com minha pequena e certeira baladeira. Tudo isso fazia parte de meu universo imaginário, de minhas brincadeiras e travessuras de menino.

Outro fator interessante em relação às bodegas é sua real importância atribuída na história do cangaço. Lampião se utilizava de uma preciosa rede de informação e espionagem feitas por seus fiéis bodegueiros do interior do sertão. Uma espécie de agentes infiltrados no comércio, pago e muito bem pelo rei do cangaço para ouvir planos e detalhes das volantes e coronéis.

Portanto não entraremos aqui em detalhes. Quem sabe poderemos em uma outra ocasião escrever a esse respeito na próxima edição do jornal. Pois como o nosso pequeno e modesto artigo limita-se apenas em situar nosso espaço social de origem, não é conveniente, pelo menos no momento tecer uma análise precisa a respeito, pois se trata da memória vivida dos meus próprios tempos de infância na cidade.

Por fim, lembrar a bodega como um espaço de sociabilidade é entender a cidade por meio de um outro olhar referente às pessoas ou sujeitos sociais nela existente. Foi assim que percebi a importância de escrever sobre o assunto. De levar ao conhecimento dos jovens e da sociedade a importância de se preservar a memória, a cultura e o cotidiano das bodegas no espaço do trabalho.

Saber que nem todos que detem o conhecimento estão escrevendo para si mesmo e que vale a pena fazer valer o uso de nossos escritos e pesquisas, incentivando assim novos valores e novas potencialidades futuras que há de surgir no ramo da historia social e cultural. Termino aqui minhas palavras com uma pequena poesia que acabei de escrever na noite de sábado do dia 24/07/2010, tendo como inspiração a velha bodega de seu João Passos, saudoso comerciante de nossa cidade que não mais se encontra entre nós.

AQUELA VELHA BODEGA!..

Ao observar aquele magro e solitário balcão
que por sobre o mesmo se encontravam
sacos e cordas entre couros curtidos de animais...
Misturados ao forte cheiro de cachaça,
sentia por um instante um ar tranqüilo e sereno,
típico de um ambiente rústico, porém majestoso!
O velho crucifixo de palha por entre o calendário
posto ao lado do rádio de pilha de botões dourados.
Cabos e ligas de baladeiras pendurados
próximo à prateleira vazia...
Do outro lado, uma pequena gaiola
Jogada entre os litros e surrões de farinha,
bem perto à segunda porta de entrada
da velha bodega...
Era o estabelecimento de seu João Passos
Ponto de encontro das pessoas simples
Lugar preferido dos amigos e fregueses
mais conhecidos na cidade.
Referência dos viajantes e comerciantes
que por lá se encostavam...
Era lá também onde de costume, a garotada
juntava tampinhas e carteiras secas de cigarro
Tempos de minha infância em Ipu!
Apenas memórias de um lugar comum...
Uma outra cidade viva e
esquecida pelo tempo!...
Coisas que não se ver nos livros de história!...
E quando a semana findava
sertanejos e serranos dividiam o espaço
na bodega de seu João...
Era dia de feira na cidade,
e ao despertar do dia, quase ao amanhecer
ouvia-se pisadas e relinchar de cavalos e jegues
que se dirigiam ao famoso “Beco da Beinha.”
Antiga artéria colonial que
ainda hoje dar acesso a feira livre de Ipu...
Quando mal o bodegueiro abria a porta
sempre algum transeunte de voz alta e renitente falava:
Bom dia seu João!... Bom dia seu Zé...
Seu João põe aquele cafezinho de sempre
“adispôs” eu pago...Pois não seu Zé
Aqui quem manda é o freguês!...
Respondia seu João bodegueiro
ao som de Genival Lacerda
tocando em seu rádio: “Quem não
conhece Severina Xique-xique!!!”
Dia a pós dia aquela vida tranqüila
muitas vezes agitava-se com as
últimas novidades da política local,
ou então devido algum fato pitoresco
e hilariante na cidade....
E assim era a vida cotidiana de seu João,
o tempo todo por trás daquele
magro e solitário balcão, anotando os fiado,
contando e recontando a lista dos “velhacos”
que lhe devia há meses...
Mas também feliz pelo lucro garantido
de sua clientela assídua que vazia
movimentar seu pequeno comércio...
Tudo regrado com muita arte e ofício de um bom bodegueiro
que sabia como ninguém agradar seus fregueses!

Petrônio Lima
Professor de História
petroniolima2@yahoo.com.br

terça-feira, 12 de outubro de 2010

IPU E O DISCURSO DA NATUREZA ENCANTADA – PARTE I



A idéia de escrever esse artigo surgiu a partir de minha retomada de contato com a prática esportiva e cultural das caminhadas, trilhas e acampamentos a qual costumo realizar vez por outra em alguns dias de folgas e feriados. De tanto me embrenhar nos matos, observar de perto a natureza e sua degradação ambiental comecei então a me interessar cada vez mais pela leitura e escrita da cidade e suas descrições geográficas e narrativas sobre o espaço natural.

Ao reler meu trabalho dos tempos de graduação do curso de história da UVA ( “Iracema:” Trilhas e Memórias de um Mito. Da Literatura ao Espaço Urbano de Ipu) que de certa forma tem tudo haver com o assunto aqui levantado comecei então a amadurecer cada vez mais a idéia em analisar o discurso produzido sobre o imaginário urbano em Ipu e sua relação com literatura de cunho “ecológico.”

Seguindo nesta mesma linha pretendo, pois, através desse primeiro momento de minha escrita levantar algumas questões preliminares de como surgiu todo este discurso sobre a cidade não apenas como fator de preocupação do tão falado “resgate histórico” mas refletir numa perspectiva interdisciplinar as relações estabelecidas entre homem, história e natureza nas diversas práticas e representações discursivas do imaginário urbano.

Para isso é preciso enfocar como objeto de investigação os impactos da ação humana na natureza sem se limitar, portanto somente a questão física, mas também as formas simbólicas, suas experiências e manifestações culturais nos espaços de memória da cidade.

Em algumas de minhas andanças, seguindo os trilhos e trilhas que levam ao local onde tempos atrás (1932) funcionou o Campo de Flagelados (Campo de Concentração) de Ipu, pude então perceber o quanto o trem representou toda uma tecnologia direcionada a exploração dos recursos naturais em nome do desenvolvimento urbano, econômico e social da cidade, como também veio permitir o surgimento de reações a esse tipo de discurso por parte dos sujeitos sociais marginalizados, o que não cabe aqui entrar em maiores detalhes.

Pois bem, com a chegada da ferrovia em Ipu (1894) esse novo tipo de relacionamento com a natureza passou então permear os discursos dos “agentes civilizadores” no sertão norte da Ibiapaba. A valorização ao trabalho, a idéia de felicidade estável, sem conflitos, somado ao acúmulo de riqueza advinda da economia algodoeira fizera com que a elite local projetasse todo um imaginário urbano, o que conseqüentemente assumiria aí novas formas de sociabilidade na vida cotidiana. Portanto os novos ares do capitalismo ibiapabano chegariam então a sacudir os ânimos dos ideólogos da prosperidade moderna que exaltavam um novo sertão cortado pelos “trilhos do progresso.”

Assim sendo, a chegada da ferrovia em Ipu facilitou a iniciativa dos homens ricos da cidade em querer copiar as novidades trazidas dos grandes centros urbanos e conseqüentemente a padronização dos hábitos e costumes culturais de inspiração francesa. O surgimento de agremiações elitistas e letradas voltadas ao espírito e desenvolvimento do comércio e das “artes” como o antigo Gabinete de Leitura (1896), a Associação Comercial (1922), O Centro Artístico Ipuense (1918), seguidos de jornais como o Correio do Norte (1918-1924) e outros evidenciam o esforço em querer mostrar uma outra cidade marcada pela “elegância” e “glamour” de seus mais nobres empreendedores capitalistas.

A alegoria e símbolos diversos da natureza como a exaltação da colossal cachoeira (Bica de Ipu) e da heroína selvagem de Alencar (Iracema) nos sonetos e crônicas sobre a cidade fará parte dessa reinvenção de um lugar paradisíaco como parte de um projeto desejado, lento e gradualmente programado por meio do discurso narrativo. O que necessariamente contribuiu para incutir a imagem do progresso na literatura urbana e suas diversas formas em querer representar a natureza dominada pelo desenvolvimento técnico e capitalista. É, portanto a partir do século XX que esta preocupação se evidencia com toda força na literatura alencarina (re) produzida pelos homens ilustres e letrados da cidade.

A ideia de progresso em Ipu que se quer mostrar no início do século XX em diante já começa a despertar para esta questão. O mito Iracema desponta como um grande catalisador simbólico em querer construir toda uma imagem harmônica, enobrecedora e feminina sobre a cidade. A natureza citadina é mostrada como um local exuberante, um paraíso verdejante, um “pedacinho do céu” como bem destaca os escritos e crônicas sobre a mesma na literatura de cunho oficial. Não há, portanto espaço para os “marginalizados,” a literatura então passa a exaltar somente os homens de destaque e seus estabelecimentos comerciais mais “chiques,” as riquezas e vaidades dos “civilizados” filhos da terra.

Ora, a trajetória deste tipo de manifestação discursiva na história local é bastante visível através de relatos orais, revistas, jornais, fotografias e outros. Portanto, as diversas práticas utilizadas de representações sobre a natureza e o espaço urbano constituem uma forma expressiva de discurso, o que necessariamente nos mostra a entender e a discutir o papel social dos homens letrados e suas formas simbólicas em querer mostrar uma cidade dita ideal e romantizada em seus escritos narrativos.

A necessidade em construir espaços de sociabilidade de exaltação ao trabalho e a natureza e sua associação com o discurso do progresso nos dão pistas bastante interessantes de como os "homens letrados" de Ipu, desde a chegada do século XX em diante, contribuíram na construção deste discurso fundador. Uma imaginária local inspirada nos moldes da civilização capitalista, no qual vibrava com a chegada do progresso e ao mesmo tempo assistia ao seu desencanto por meio dos conflitos e da presença de diversos “ sujeitos sociais indesejáveis” como os “pobres,” as “prostitutas,” os “bêbados de rua” e outros. É o que discutiremos a seguir no próximo artigo.

sábado, 9 de outubro de 2010

A REBELDIA DA MEMÓRIA



Fonte: Acervo de imagens antigas de Ipu do poeta e professor Francisco Mello

"Podem arrasar as casas, mudar o curso das ruas,as pedras mudarão de lugar...Mas como destruir os vínculos com que os homens se ligavam a elas? A resistência muda das coisas, a teimosia das pedras unem-se a rebeldia da memória que as repõe em seu lugar antigo." ( Eclêa Bossi)

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A MÍDIA "QUE PARIU" TIRIRICA


É, portanto, no mínimo hipócrita a posição de boa parte da imprensa que critica a expressiva vitória de 1,3 milhões de votos do candidato Tirica (PR) na disputa ao cargo de deputado federal por São Paulo.

Num país pobre como o Brasil, com uma política educacional reiteradamente arruinada, a televisão tem sido, nas últimas décadas, a grande fonte de educação e cultura da imensa maioria da população.

São 40 anos, pelo menos, de (des)informação massiva. Tempo houve para que a televisão formasse uma população mais culta, mais afeita às questões da cidadania, sobretudo naquela emissora que monopolizou como quis o acesso à informação e cultura, a Globo. Poderia ter dado ao seu público o acesso qualificado aos bens culturais, mas em vez de formá-lo, preferiu deformá-lo para adequá-lo aos seus interesses políticos e - principalmente - mercadológicos.

Se este veículo poderoso chamado televisão tivesse feito a sua parte, talvez hoje estaríamos discutindo a eleição de jovens estudiosos e cientistas.Teremos que nos contentar com o palhaço que ela mesmo promoveu e agora finge que não pariu...O resto meu camarada é papo de intelectualóide de "meia esquerda" querendo aparecer.