segunda-feira, 15 de novembro de 2010

...POIS BEM...EM SE FALANDO DE COBRA!..



A imaginação humana sempre foi carregada de mitos fantásticos envolvendo figuras de animais rastejantes. Nas antigas civilizações clássicas as serpentes ou cobras já despertavam admiração e respeito por parte de alguns povos que a utilizavam como símbolos de vaidade e poder,como no caso da civilização egípcia,no qual aplicavam figuras de animais a religião politeísta, desenhadas no interior das pirâmides ou sarcófagos, como também nos braceletes e diversos utensílios usados pelos reis faraós.

Em diversos escritos referentes aos antigos fenícios e mesopotâmicos, todas as serpentes tanto de mar como de água doce, representam as correntes telúricas nefastas à vida, que são temíveis em suas cóleras, que provocam o furor dos oceanos e o desencadeamento da tempestade.

Por essa razão, a serpente é feita à imagem das divindades dos oceanos, um ser arcaico e fundamentalmente inumano. Na cosmogênese grega, segundo a Teogonia de Hesíodo, ela é o próprio "Oceano", assim como também, representa o espírito de todas as águas. Muitos rios da Grécia e da Ásia Menos têm o nome de Ophis (serpente). Na mitologia grega, Aquelôo (o maior rio da Antiga Grécia), certa vez se metamorfoseou em serpente para enfrentar Hércules. E quem já não ouviu dizer que um rio se serpenteia?

A SERPENTE E O FASCÍNIO DA LUA

Existe também a crença de que as cobras e serpentes sempre foram associadas à lua. A serpente possui o poder da auto-renovação, por causa da sua habilidade de trocar a pele. A lua, também se renova a cada vinte oito dias, depois de sua morte aparente (lua escura). Esse caráter renovador tanto da lua quanto da serpente, deu origem às crenças de imortalidade tanto de uma quanto de outra.

Mas a serpente é associada ainda à lua por uma outra razão: viver em fendas e buracos escuros da terra. Viver em uma região subterrânea é estar em contato com o submundo e com restos mortais. Aqui está a razão pela qual galera-fantasma da Cobra Grande era construída com vestes e ossos de pessoas mortas.

A fase escura da lua também tem tudo a ver com o submundo e suas forças ctônicas e, nesse aspecto, muitas divindades podem aparecer na forma de cobras. Hécate, enquanto Deusa da Lua Escura, tinha cobras em seus cabelos e dizia-se que Isthar era coberta de escamas de cobra.

A Cobra Grande, como Deusa da Lua, desperta nossa consciência lunar. A consciência lunar envolve padrões arquetípicos que são nossa herança humana como seres sensitivos e está enraizada na sensação natural. Sua presença é atestada sempre que tivermos pesadelos e sonhos ruins, ou quando estamos muito ansiosos a respeito da própria vida e à mercê de forças sinistras, escuras e irracionais. Seu movimento sempre é "para baixo", rumo ao subterrâneo, visando à ética da auto-aceitação.

É a consciência lunar que fala em nosso íntimo quando nossa conduta de torna transgressora, pois ela extrai o fator moral de instintos de teor material. A natureza conversa através do aspecto lunar da consciência.

A consciência lunar é o lado escuro da lua e as punições de uma consciência pesada.
As LENDAS da “Cobra Grande” nos fazem lembrar a luta entre a vida e a morte, inseparáveis uma da outra...

O mito da serpente, simboliza a vida que corre como um rio, espalhando a exuberância e a abundância da Mãe-Terra, grávida de energia cósmica, pulsando incessantemente, alimentando-se da morte para gerar mais vida...

PRÓXIMO ARTIGO: A “SERPENTE ENCANTADA” DO SITIO SÃO PAULO (IPU)

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